2015-02-24 11:26:00

FMI: Angola não precisa de assistência financeira


O Fundo Monetário Internacional (FMI) não vê necessidade de um apoio financeiro a Angola, devido à quebra na cotação do barril do petróleo, mas adverte que, para ultrapassar as dificuldades, é necessária uma distribuição dos sacrifícios. Segundo informa o jornal digital Observador citando a Agência Lusa, esta posição foi assumida pelo chefe da missão de assistência técnica do FMI a Angola, Ricardo Velloso, na conclusão de uma semana de reuniões de trabalho com o executivo angolano, no âmbito da supervisão financeira do país.

Após uma reunião com vários membros do Governo, no Ministério das Finanças, o economista brasileiro afirmou que um apoio financeiro do FMI a Angola, como aconteceu depois da crise petrolífera de 2009, não foi abordada desta vez. “Angola é um país muito importante para o FMI e, neste momento, o apoio, através deste diálogo e através do nosso programa de assistência técnica, está tendo efeitos muito positivos no país e não vemos, no momento, necessidade de um apoio financeiro”, disse Ricardo Velloso, chefe da missão do FMI a Angola.

Em menos de um ano, trata-se da quarta visita de técnicos do FMI a Angola, desta vez para preparar a consulta anual no âmbito do artigo IV do Acordo Constitutivo com aquele organismo internacional, a realizar no início do segundo semestre de 2015. Esta visita decorre em pleno processo de revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) angolano para este ano, motivado pela forte quebra na cotação internacional do barril de petróleo. O documento, que é votado na Assembleia Nacional nesta quarta-feira corta mais de 25 por cento da despesa corrente e revê a cotação prevista da exportação do barril de petróleo de 81 para 40 dólares.

Garantindo que Angola “tem um futuro brilhante à sua frente”, o chefe desta delegação do FMI apontou a necessidade da “melhoria do clima de negócios” no país e a conclusão dos investimentos nas infraestruturas do país, para que estes se tornem reprodutivos na economia.

Esta visita da delegação do FMI a Angola envolveu reuniões de trabalho para preparação das recomendações sobre a situação económica do país, entre as quais o fim dos subsídios aos combustíveis, que em 2014 custaram três mil milhões de euros de dinheiros públicos. Segundo Ricardo Velloso este era “um gasto muito elevado que o país tinha e com benefícios muito mal distribuídos.” O economista do FMI considera que estes subsídios aos combustíveis beneficiavam “as camadas mais ricas da população”.

Recordemos que Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, tendo o crude garantido 76% das receitas fiscais de 2013 e 98% do total das exportações.

(RS/Observador)








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