Sinagoga de Oslo abraçada por dois mil muçulmanos e judeus


Oslo (RV) – Muçulmanos e judeus lado a lado para formar um anel de paz ao redor da Sinagoga de Oslo. Foi o que a capital da Noruega testemunhou na tarde de sábado (21/02), quando jovens muçulmanos da cidade decidiram mostrar seu apoio à comunidade judaica após o atentado ocorrido em Copenhague em 15 de fevereiro, quando Omar El-Hussein, de 22 anos, disparou contra um espaço cultural onde se realizava um debate sobre os atentados ao Charlie Hebdo, em Paris, e após, contra uma sinagoga, matando duas pessoas e ferindo cinco.

Iniciativa partiu dos jovens muçulmanos

“Queremos demonstrar que estamos ao lado do povo judeu e que queremos protegê-los – declarou à AFP um dos organizadores da iniciativa, Atif Jamil, de 26 anos. Não queremos extremistas na Noruega, que pensam poder fazer aquilo que querem contra as pessoas comuns”. “A idéia, é dizer aos terroristas e aos extremistas que se querem ferir os nossos irmãos e irmãs, devem primeiro passar por nós. Queremos protegê-los”, reiterou o jovem, acrescentando que o convite é aberto também às outras confissões de fé.

O apreço da comunidade judaica pela iniciativa

O Diretor da Comunidade Judaica, Ervin Kohn, acolheu a iniciativa como um forte sinal de solidariedade, mas também como um sinal para a sociedade, a quem os jovens muçulmanos quiseram dar a conhecer quem são, não dando aos outros a possibilidade de etiquetá-los. A comunidade judaica também acolheu a iniciativa da corrente humana como um fato positivo, para reduzir sobretudo as tensões e os preconceitos que existem entre muçulmanos e judeus. Segundo os organizadores, mais de 2 mil pessoas participaram da corrente humana e tantos outros acorreram ao local para observar o gesto.

Presença muçulmana na Noruega

A comunidade judaica na Noruega é uma das menores na Europa, com cerca de 1 milhão de pessoas, enquanto a população muçulmana é formada por 150-200 mil memebros. Em 2006, esta mesma sinagoga foi palco de um ataque por parte do islamista Arfan Bhatti, condenado por agressão.

O debate sobre migrações na Noruega aumentou após o extremista norueguês Anders Behring Breivik ter assassinado 77 pessoas em 2011, para deter a imigração muçulmana. Uma das consequência do ataque foi o aumento do apoio às migrações. De fato, 77% dos noruegueses defendem que os imigrantes constituem uma importante contribuição para a sociedade. (JE)

 








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