Papa renova apelo a mafiosos: "Abram seus corações ao Senhor!"


Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre recebeu, no final da manhã deste sábado, na Sala Paulo VI, cerca de sete mil peregrinos da Diocese de Cassano no Jônio, na região calabresa, no sul da Itália.

Antes da audiência pontifícia, os numerosos peregrinos participaram, sempre na Sala Paulo VI, de uma Santa Missa, celebrada pelo seu bispo, Dom Nuncio Galantino.

Entre os sete mil peregrinos de Cassano no Jônio estavam presentes representantes da “Comunidade Emmanuel”, com alguns Voluntários de Cerignola. Alguns fiéis expuseram ao Papa suas experiências pessoais feitas nos seus respectivos territórios.

Quando o Santo Padre entrou na Sala Paulo VI, os numerosos fiéis e peregrinos da Calábria o saudaram com afeto e alegria, cantando: “Papa Francisco é um de nós”...

Depois da acolhida jubilosa e festiva dos fiéis calabreses, Dom Galantino e o responsável pela “Comunidade Emmanuel” fizeram sua saudação ao Bispo de Roma, em nome dos presentes.

A seguir, o Santo Padre tomou a palavra, dirigindo, inicialmente, uma saudação particular à “Comunidade Emmanuel”, que nasceu pelo desejo de “dar vida com a vida” aos que batiam à sua porta. Aqui, o Santo Padre agradeceu ao seu fundador, Padre Mário Marafioti, e encorajou a comunidade a continuar a acolher o “Cristo sofredor”.

Tal acolhida, acrescentou o Pontífice, é fruto de um estilo de apostolado baseada na oração fervorosa e em intensa vida comunitária. Disso nasceram os Centros de Acolhida e de Escuta, as Casas-família, na Itália e no Exterior, como também as Associações, entre os quais os Voluntários de Cerignola.

Em seu pronunciamento, O Papa Francisco não deixou de recordar a sua visita à Calábria, onde teve a oportunidade de encontrar os presos, os enfermos, o clero, os seminaristas, os anciãos. E o Papa afirmou:

Pude tocar com a mão a fé e a caridade de vocês. Que o Senhor os ajude a caminha sempre unidos, nas paróquias e nas associações, guiados pelo Bispos Galantino e os sacerdotes; os ajude a ser comunidades acolhedoras, levando a Cristo aqueles que não conseguem perceber a sua presença que salva”.

Aqui, o Bispo de Roma recordou o pensamento que sugeriu aos calabrês, quando da sua visita: “Quem ama Jesus, quem ouve e acolhe a sua Palavra e quem responde com sinceridade o chamado do Senhor, jamais pode produzir más obras; o cristão nunca pode violar a dignidade das pessoas, nunca pode cometer gestos de violência contra o irmão e o ambiente. E recordou ainda:

Os gestos exteriores de religiosidade não são suficientes para convencer aqueles que, com maldade e arrogância típica das associações de delinquentes, fazem da ilegalidade o seu estilo de vida. A todos os que escolheram o caminho do mal e são afiliados às organizações mafiosas renovo meu convite à conversão. Abram seus corações ao Senhor. O Senhor os espera e a Igreja os acolhe”.

Por fim, o Papa falou da beleza da terra calabresa, que é um dom de Deus e um patrimônio a ser conservado e transmitido às futuras gerações.

Entre tais belezas daquela terra, o Pontífice citou a “Comunidade Emmanuel”, exemplo de acolhida e de partilha com os mais fracos. Nela, jovens devastados pela droga encontraram o “bom samaritano” para sarar suas feridas. A Igreja reconhece este precioso serviço prestado aos mais necessitados da sociedade.

O Santo padre concluiu seu discurso exortando as comunidade calabresas a serem protagonistas de solidariedade; a não cederam diante dos que semeiam egoísmo, violência e injustiça; a oporem-se à cultura da morte, mas a serem testemunhas do Evangelho da Vida, em um ambiente que apresenta tantas formas de pobreza e induz ao desespero tantos jovens e famílias. (MT)








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