Cardeal Onaiyekan: nigerianos votarão, não obstante ameaças do Boko Haram


Abuja (RV) - Mais de 300 jihadistas pertencentes ao grupo islâmico “Boko Haram” foram mortos em Monguno, no nordeste da Nigéria, numa maciça ofensiva no país africano.

Enquanto isso – afirmam testemunhas –, quase 40 civis que estavam celebrando um funeral morreram entre o Níger e a Nigéria vítimas de uma incursão aérea de matriz desconhecida.

Sobre esse recrudescimento da violência, quando falta pouco mais de um mês para as eleições parlamentares e presidenciais, programadas para 28 de março, a Rádio Vaticano entrevistou  o arcebispo de Abuja – capital nigeriana –, Cardeal John Onaiyekan:

“Trata-se de um grupo de terroristas que não acredita na realidade da nação nigeriana. Por isso, para eles as eleições não têm sentido, porque eles não creem na democracia. A democracia é uma daquelas realidades ocidentais que segundo eles é “haram”, que significa “proibido”. Se têm essa ideia, ninguém deve se surpreender quando dizem que farão todo o possível para prejudicar as eleições, aliás, para que não ocorram! Ora, o importante é que o governo tem a responsabilidade principal de garantir a segurança em todo o país, não somente durante as eleições, mas sempre. Então, agora deverão aceitar o desafio lançado por esta gente do “Boko Haram” e preparar-se bem, de modo que possamos ir às urnas sem muito medo. Deve-se saber, porém, que apesar de tanta propaganda e de grandes ameaças proferidas pelo “Boko Haram”, eles não cobrem todo o país nigeriano: são ativos somente numa parte do nordeste; no máximo podem mandar algum agente de desestabilização e lançar uma bomba aqui e acolá, mas não cobrem todo o país. Nesse sentido, então, o governo deverá estar à altura da situação. No que concerne aos nigerianos, estamos dispostos a ir às urnas, mesmo sendo perigoso. Assim como sempre fomos à igreja, mesmo quando era perigoso ir.” (RL)








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