2015-02-18 10:42:00

Quénia. Os bispos ao governo: rever sistema de ensino


Rever as modalidades de selecção para o ingresso na escola pública e restaurar o nível standard de educação no Quénia – é a síntese do apelo ao governo lançado pela Comissão de Educação da Conferência Episcopal do Quénia, através de uma nota assinada pelo seu presidente Dom Maurice Makumba. No centro do apelo dos bispos está a "Form One", ou seja, o sistema automatizado lançado pelo executivo para seleccionar os estudantes que querem matricular-se nas escolas públicas nacionais. Uma modalidade criticada pela Igreja, pois não leva em consideração "todas as partes envolvidas na área da educação”.

Tutelar as escolas sem fins lucrativos que ajudam os estudantes pobres
Por exemplo, as escolas privadas sem fins lucrativos que, graças a taxas de inscrição muito baixas garantem a formação para as crianças mais carentes, não estão incluídas no "Form One". E isto - explicam os bispos - significa que "milhares de crianças pobres foram matriculados em escolas muito caras" que não poderão frequentar. "Trata-se – sublinham os bispos – de uma violação inaceitável do direito constitucional das crianças a uma educação de qualidade", porque "cada criança tem o direito de receber o nível mais alto de educação e não deve ser obrigado a frequentar uma escola que não oferece tal nível". Além disso, observa a Igreja de Nairobi, o "Form One" acaba por agrupar na mesma classe estudantes com pontos de formação muito diferentes, o que cria dificuldades consideráveis na aprendizagem colectiva.

Não existem crianças "públicas" e "privadas". A educação é um direito de todos
Por isso, o forte apelo para o facto de que "não existem crianças públicas e crianças privadas, são todas crianças", tanto mais que "nem todos os estudantes das escolas privadas vêm de famílias ricas, antes pelo contrário: muitas delas têm pais pobres que fazem grandes sacrifícios para lhes permitir de estudar". Por esta razão, "o governo deveria incentivar as instituições e organizações religiosas para lançar escolas privadas secundárias de baixo custo, de modo a permitir a educação também para os jovens com menos possibilidades”.

Não a políticas populistas, focalizar na qualidade
"O sector da educação no Quénia está em crise - concluem os Bispos - uma crise perpetrada por políticas populistas que se concentram mais na quantidade que na qualidade da formação. Estamos à beira do precipício: vamos parar e reconstruir o sistema”. (BS/IP)








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