México: 20 anos do grupo de mulheres "La Patrona"

Veracruz (RV) - “As mulheres do grupo denominado “La Patrona” combatem o egoísmo, o orgulho e a ganância dos políticos e governantes que causaram caos, de modo que as pessoas devem se deslocar para sobreviver”: foi o que disse Dom José Raúl Vera López, Bispo de Saltillo (México), durante a missa celebrada no último final de semana, pelos 20 anos do grupo. Guiadas por Norma Romero Vázquez e por sua mãe, Leonila Vázquez, estas 15 mulheres estão de pé ao lado dos trilhos do trem chamado “A Besta” em Amatlán de los Reyes, Veracruz, para fornecer alimento e água aos migrantes que atravessam de trem esta região em trânsito para os Estados Unidos.

20 anos de voluntariado

Para celebrar esses 20 anos de serviço voluntário gratuito, reuniram-se ativistas e defensores dos direitos humanos provenientes de todo o país, como O Padre Alejandro Solalinde (Diretor da casa migrante Hermanos del Camino, em Oaxaca); Frei Tomás González, de Tenosique, Tabasco; Prisiliano Peraza, de Sonora; Leticia Valderrama, Ruben Figueroa e Martha Sanchez Soler, coordenadores do Movimento Migrantes.

Deus quer que todos possam comer

Dom Vera López, que celebrou a Missa nas plataformas, onde o grupo desempenha a sua atividade humanitária, concluiu com essas palavras: “Deus quer que todos possam comer todos os dias, e essas mulheres sabem disso. Eis porque quando os migrantes passam por aqui, elas buscam alimentá-los. O fato de ter nascido num lugar onde as coisas não funcionam, não justifica permanecer sem comer”.

20 mil por ano

Os emigrantes que viajam nesse trem podem chegar a 20 mil por ano. Muitos deles são roubados e até mesmo sequestrados. No Estado de Veracruz, há um alto índice de violência contra os migrantes: somente em 2014, foram registrados oficialmente 157 vítimas de sequestro, mas existem muitos outros casos não denunciados às autoridades. O grupo “La Patrona” em 2013 recebeu, pela sua contribuição social, o prêmio Nacional dos Direitos Humanos. (SP)