Prefeitos cristãos da Terra Santa são recebidos pelo Papa e por Parolin


Cidade do Vaticano (RV) – Uma delegação de Prefeitos, do chamado “triangulo cristão” da Terra Santa, entre os quais da cidade de Belém, a católica palestina Vera Baboun, foi recebida pelo Papa Francisco, após a audiência geral desta quarta-feira, no Vaticano, e, a seguir, também pelo Secretário de Estado, Pietro Parolin. Entre os presentes encontrava-se o Embaixador da Palestina, junto à Santa Sé, Issa Kassissich.

A visita da delegação de Prefeitos ao Vaticano tinha o objetivo de expor à Santa Sé os efeitos deletérios que a construção do Muro de separação do Vale de Cremisan teria sobre as comunidades cristãs autóctones, na cidade e na região onde Jesus nasceu.

A Prefeita de Belém, Vera Baboun, mostrou ao Secretário de Estado Parolin os mapas e as fotos da região, que causam enorme preocupação. O Muro de separação, por iniciativa de Israel, além de cortar o território de Belém, ameaçaria a área fértil de Cremisan, onde se encontram terras, com vinhas e oliveiras, pertencentes a 58 famílias cristãs, além de dois conventos e uma escola dos Salesianos. A construção do Muro de separação, disse Baboun, causaria um grave risco à subsistência de dezenas de famílias camponesas de Cremisan, na maioria cristãs.

“Se as terras do vale, que representam o único pulmão verde de toda a área, forem confiscadas, afirmou a Prefeita de Belém, não haverá mais futuro para os cristãos palestinos residentes, o que provocaria um inevitável êxodo. Assim, a presença dos cristãos na Terra Santa seria ulteriormente reduzida.

Eis porque, explicou a senhora Vera Baboun, “viemos a visitar o Papa, porque ele é o nosso pai, um pai que não abandona seus filhos”. E acrescentou: “Se a política de expropriação no Vale de Cremisan, decidida por Israel, não for detida, em poucos anos toda a área e todos os cristãos residentes serão sufocados pela construção do muro de separação. Não estamos nos referindo apenas ao solo ou às plantações, mas de Igreja viva, na terra onde Jesus nasceu.

E a Prefeita de Belém acrescentou: “50% da população de Belém tem menos de 29 anos. Sufocar todos os cristãos daquela área e separá-los da sua ligação natural com Jerusalém influi negativamente sobre a própria vida de fé deles. A construção do muro entre Belém e Jerusalém seria como uma barreira entre o nascimento de Jesus e a sua ressurreição”.

Por fim, Vera Baboun se pergunta: “Qual o futuro que queremos para Belém e para as outras cidades cristãs da Palestina? Para nós, o Papa é a nossa última chance. Por isso, apelamos à sua responsabilidade de pai”. (MT)








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