Futuro cardeal etíope: manter firmes os valores da família


Cidade do Vaticano (RV) - Entre os vinte cardeais a serem criados pelo Papa Francisco no Consistório público do próximo sábado, dia 14, encontra-se o arcebispo de Adis-Abeba, Dom Berhaneyesus Demerew Souraphiel. Trata-se do segundo purpurado etíope da história, depois do Cardeal Paulos Tzadua, falecido em 2003. Entrevistado pela Rádio Vaticano, eis o que disse o futuro cardeal:

Dom Berhaneyesus Demerew Souraphiel:- “O Papa Francisco me nomeou cardeal, mas eu não sabia. Foi uma surpresa também para os outros. Trabalhar para a arquidiocese já é, para mim, um grande trabalho, um grande desafio. Mas trabalhar a nível de Igreja universal é algo ainda maior. Então rezei. Pedi também aos fiéis que rezassem por esta responsabilidade pastoral. Para a Etiópia, mesmo sendo uma Igreja pequena, é uma grande responsabilidade. Porque a Igreja tem uma boa relação com as outras Igrejas cristãs e também com os muçulmanos. Isso significa que a Igreja católica deve continuar sendo uma ponte entre as várias religiões, as diferentes visões que o povo tem, e também os vários membros da sociedade.”

RV: Como os cristãos vivem na Etiópia?

Dom Berhaneyesus Demerew Souraphiel:- "O povo – que em sua maioria, no país, é cristão – leva a sua fé a sério: a fé – dizem as pessoas – é um dom de Deus. E vivem assim. Enfrentam as coisas vendo que se Deus quiser, as coisas podem mudar. Não perdem a esperança. Por isso amam a vida, desde a concepção até a morte. E isso é importante.”

RV: Em outubro deste ano se terá o Sínodo ordinário sobre a família. Qual a importância deste Sínodo para vocês? Ele é importante para a África?

Dom Berhaneyesus Demerew Souraphiel:- “Muito, muito importante para a África, porque na África todos amam a família. Hoje existem muitos desafios para a família, também para a família africana, especialmente em alguns países: os homens vão trabalhar em outro país, as mulheres ficam com as crianças... como é possível? Cremos que essas separações representam um grande problema para a família na África. Espero que deste Sínodo, pelo qual tantos rezam, apareçam os valores da família. Podemos ser pobres material, mas não espiritualmente, porque temos valores e devemos mantê-los com firmeza e conservá-los de modo vigoroso.” (RL)








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