Centro Astalli: pedimos mudança de rota em favor de um mar mais seguro


Roma (RV) - A enésima tragédia no mar ocorrida domingo passado ao largo da ilha de Lampedusa – estremo sul da Itália – confirmou novamente a inadequação da operação Triton como única medida para gerir o fluxo migratório e a sua insuficiência em prestar socorro aos migrantes no mar.

É o que afirma o comunicado conjunto do Centro Astalli – sede italiana do Serviço Jesuíta para Refugiados  (JRS) – e outros organismos sobre a tragédia no mar de Lampedusa.

Necessária mudança de rota nas políticas migratórias

Efetivamente, Aibi, Anistia Internacional Itália, Caritas Italiana, Centro Astalli, Emergency, Fundação Migrantes, Intersos, Save the Children e Terre des Hommes pedem ao governo italiano e à União Europeia uma real mudança de rota nas políticas sobre a imigração.

É necessário abrir imediatamente canais seguros e legais de acesso à Europa – afirmam – para evitar ulteriores perdas de vidas no mar, que permita gerir um fenômeno constante e provavelmente em aumento.

Reforçar operações de busca e de socorro no mar

Ao mesmo tempo, as organizações pedem à Itália e à União Europeia que reforcem ulteriormente as operações de busca e socorro no mar e que iniciem políticas que assegurem a proteção e a tutela dos direitos humanos de refugiados, dos que pedem asilo e de migrantes que atravessam o Mediterrâneo.

As referidas organizações ressaltam que não há mais tempo para enfrentar com ações insuficientes e pouco eficazes o fenômeno dos fluxos migratórios de pessoas em fuga de guerras, perseguições e pobreza.

A Operação humanitária “Mare Nostrum” – frisam – demonstrou amplamente que a Europa pode enfrentar melhor este problema dando prioridade às operações de busca e de socorro no mar.

Política migratória: prioridade à dignidade das pessoas

Todavia – observam –, é necessário um compromisso diversificado e partilhado em toda a Europa que preveja a utilização conjunta de meios e recursos, com abordagens e instrumentos realmente úteis para salvar vidas humanas e não somente patrulhar nossas costas, além de políticas de imigração e asilo que deem prioridade à dignidade das pessoas.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) afirma que as vítimas são 232, mas, segundo o testemunhos de alguns sobreviventes, os mortos podem ser mais de 300.

Papa Francisco: solidariedade e oração

Concluindo a audiência geral desta quarta-feira, o Papa Francisco assegurou sua oração pelas vítimas e encorajou novamente à solidariedade “a fim de que não falte a ninguém o socorro necessário”.

A tragédia levou o Comissário para os Direitos Humanos do Conselho da Europa, Nils Muiznieks, a reprovar a operação Triton: a operação “Triton não está à altura” das missões que deve desempenhar e “a Europa precisa de um sistema de busca e socorro eficaz”, escreve Muiznieks. (RL)








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