2015-02-09 17:16:00

A Semana do Papa de 2 a 8 de fevereiro


Dia 2

“Obediência e sabedoria” – esta foi a exortação do Papa Francisco na homilia da Missa com os consagrados, celebrada na tarde de segunda-feira dia 2 de fevereiro, na Basílica de S. Pedro, por ocasião da Festa da Apresentação do Senhor e do XIX Dia da Vida Consagrada. O Santo Padre advertiu os consagrados e consagradas para que conduzam os outros a Jesus, mas deixem-se também conduzir por Ele fazendo-se servos para servir.

“Para um religioso, progredir significa abaixar-se no serviço, isto é, fazer o mesmo caminho de Jesus, que não considera um privilégio ser igual a Deus. Abaixar-se fazendo-se servo para servir.”

Na cena da Apresentação de Jesus no Tempo o Papa Francisco coloca lado a lado o grupo dos jovens, Maria e José; e dos anciãos, Simeão e Ana, que acolhem o Menino. Ambos os grupos conduzem o Menino, mas são também conduzidos por Ele. Ambos os grupos são guiados pela obediência a Deus e à lei. Obediência que se transforma em sabedoria – afirmou o Papa Francisco:

“Através do caminho perseverante na obediência, amadurece a sabedoria pessoal e comunitária, e assim se torna possível também adaptar as regras aos tempos: de facto, a verdadeira atualização é obra da sabedoria, forjada na docilidade e obediência.”

 “Através deste caminho, somos preservados do viver a nossa consagração de modo light e desencarnado, como se fosse uma gnose, que se reduziria a uma “caricatura” da vida religiosa, na qual se vive o seguimento a Cristo sem renúncia, uma oração sem encontro, uma vida fraterna sem comunhão, uma obediência sem confiança, uma caridade sem transcendência.”

Dia 3

Terça-feira, 3 de fevereiro, na Missa em Santa Marta o Papa Francisco exortou os cristãos a escutarem o Evangelho e não telenovelas. O Santo Padre sublinhou que a contemplação diária do Evangelho ajuda-nos a ter a verdadeira esperança.

Desenvolvendo a sua homilia a partir da passagem da Carta aos Hebreus que fala sobre a esperança, o Papa Francisco propôs a “oração de contemplação” que se faz com o Evangelho na mão lendo e refletindo sobre os acontecimentos:

 “…imagina o que aconteceu e fala com Jesus. Assim, o teu olhar estará fixo em Jesus e não tanto nas telenovelas, por exemplo. O teu ouvido estará fixo nas palavras de Jesus e não tanto nos mexericos do vizinho e da vizinha…”.

Dia 4

Quarta-feira, dia 4 de fevereiro, Audiência Geral do Papa Francisco na Sala Paulo VI. O Santo Padre desenvolveu a segunda parte da catequese sobre a figura do pai na família.

 “Não se poderia exprimir melhor o orgulho e a comoção de um pai que reconhece de ter transmitido ao filho aquilo que conta verdadeiramente na vida, ou seja, um coração sábio. Este pai não diz: ‘ Estou orgulhoso de ti porque és mesmo igual a mim, porque repetes as coisas que digo e que faço’. Não! Diz-lhe uma coisa bem mais importante, que podemos interpretar assim: ‘ Serei feliz cada vez que te verei agir com sabedoria, e ficarei comovido cada vez que te ouvirei falar com retidão’.”

Segundo o Santo Padre, um pai sabe bem quanto custa transmitir esta herança: quanta proximidade, quanta doçura e quanta firmeza. Porque a primeira necessidade é que um pai esteja presente na família:

“A primeira necessidade é precisamente esta: que o pai esteja presente na família. Que esteja junto da sua mulher, para partilhar tudo, alegrias e dores, trabalhos e esperanças. E que esteja junto dos seus filhos no seu crescimento: quando jogam e quando se empenham, quando estão sem preocupações e quando estão angustiados, quando se exprimem e quando estão taciturnos, quando ousam e quando têm medo, quando fazem um passo errado e quando reencontram o caminho. Pai presente sempre.”

No final da Audiência, o Papa Francisco lançou mais um apelo pela paz na Ucrânia, condenando a escalada de violência naquele país:

“Mais uma vez, o meu pensamento vai ao amado povo ucraniano. Infelizmente, a situação está piorando e agrava-se a contraposição entre as partes. Rezemos antes de mais pelas vítimas, entre as quais inúmeros civis, e por suas famílias, e peçamos ao Senhor que cesse o quanto antes esta horrível violência fratricida. Renovo o forte apelo para que se façam todos os esforços – inclusive a nível internacional – pela retoma do diálogo, único caminho possível para restabelecer a paz e a concórdia naquela martirizada terra.”

Dia 5

Quinta-feira, 5 de fevereiro, na Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que a Igreja cuida, cura e liberta em espírito de pobreza, pois se assim não for pode tornar-se numa ONG (organização não governamental). O Santo Padre referiu ainda que não só o Evangelho deve ser anunciado ‘na pobreza’, mas quem o anuncia deve ter como único objetivo aliviar as misérias dos mais pobres, sem esquecer-se que este serviço é obra do Espírito Santo e não das forças humanas.

 “Esta é a missão da Igreja; a Igreja que cuida e que cura. Algumas vezes, falei da Igreja como um hospital de campanha: é verdade! Quantos feridos existem, quantos! Quanta gente precisa que as suas feridas sejam curadas! Esta é a missão da Igreja: curar as feridas do coração, abrir portas, libertar, dizer que Deus é bom, que Deus perdoa tudo, que Deus é pai, que Deus é ternura, que Deus espera-nos sempre…”.

Dia 6

Sexta-feira, 6 de fevereiro, o Papa Francisco na sua homilia em Santa Marta afirmou que existem hoje muitos cristãos que são vítimas de quem odeia Jesus.

“Penso nos nossos mártires, nos mártires dos nossos dias, aqueles homens, mulheres e crianças que são perseguidos, odiados, expulsos das casas, torturados, massacrados. E esta não é uma coisa do passado: hoje isso também acontece. Os nossos mártires, que terminam a sua vida sob a autoridade corrupta de pessoas que odeiam Jesus Cristo. Vai fazer-nos bem pensar nos nossos mártires. Hoje pensemos em Paulo Miki, mas isso aconteceu em 1600. Pensemos naqueles de hoje! De 2015”.

Dia 7

O Papa Francisco recebeu em audiência neste sábado 7 de fevereiro os membros do Comité Permanente do Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar (SCEAM), que teve a sua reunião estatutária no Vaticano nesta semana. No seu discurso o Papa começou por encorajar esta Instituição continental, pensada e promovida depois do Concílio Vaticano II para prestar serviço às Igrejas locais em África. Este serviço, disse o Papa, tem a finalidade de dar respostas comuns aos novos desafios do continente para que a Igreja possa falar com uma só voz e testemunhar a sua vocação de ser sinal e instrumento de salvação, de paz, diálogo e reconciliação.

O Papa Francisco disse ainda que também em África verifica-se uma certa desagregação familiar, portanto, a Igreja é chamada a valorizar e incentivar todas as iniciativas em favor da família, como fonte privilegiada de qualquer fraternidade e fundamento e via para a paz. E o Papa observou que nos últimos tempos muitos sacerdotes, religiosos e leigos se têm empenhado em obras louváveis para o apoio da família, com especial atenção para os idosos, os doentes, os deficientes, sobretudo nas zonas mais remotas onde as Igrejas têm proclamado o Evangelho da vida e socorrido os mais necessitados a exemplo do Bom Samaritano. E o Papa citou o maravilhoso testemunho de caridade diante do recente surto do vírus Ébola, em que muitos missionários africanos deram generosamente a vida para ficar ao lado dos doentes.

Dia 8

Domingo, 8 de fevereiro, grande multidão na Praça de S. Pedro para a recitação do Angelus. O Papa Francisco recordou, antes de mais o Evangelho de S. Marcos neste V Domingo do Tempo Comum sublinhando duas palavras-chave que descrevem a atividade principal de Jesus na sua vida pública: pregar e curar:

“Com a pregação, Ele anuncia o Reino de Deus e com as curas demonstra que esse está próximo, está no meio de nós.”

Após o Angelus o Papa Francisco recordou o Dia de Oração e Reflexão contra o tráfico de pessoas que se celebra neste dia 8 de fevereiro, memória litúrgica de Santa Giusepina Bakhita, também ela vitima do tráfico humano.

“Encorajo todos os que estão empenhados em ajudar homens, mulheres e crianças escravizados, abusados como instrumentos de trabalho ou de prazer e muitas vezes torturados e mutilados.”

“Desejo que todos os que têm responsabilidades de governo trabalhem com decisão para remover as causas desta vergonhosa praga, indigna de uma sociedade civil. Cada um de nós se sinta empenhado a ser voz destes nossos irmãos e irmãs, humilhados na sua dignidade. Rezemos com Maria por eles e pelas suas famílias.

O Papa Francisco saudou os fiéis presentes na Praça e a todos desejou um bom domingo e um bom almoço.

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 2 a 8 de fevereiro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)








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