'Teologia do povo' é central na visão de cidade de Francisco

Cidade do Vaticano (RV) –  A XXVII Assembleia Plenaria do Pontifício Conselho para os Leigos, com o tema “Encontrar Deus no coração da cidade” , foi aberta na manhã desta quinta-feira (05/02) pelo Cardeal Rylko. O Presidente do Dicastério, após ter repassado o Magistério dos Papas após o Concílio, falou da utopia da cidade de Papa Francisco. O encontro prossegue até o próximo sábado, 7 de fevereiro.

Em seu pronunciamento, o Cardeal ressaltou que “as leituras ideológicas ou parciais não servem, somente alimentam a ilusão e a desilusão. Cada crise, mesmo a atual, é uma passagem, o sofrimento de um parto que comporta cansaço, dificuldade, sofrimento, mas que traz consigo o horizonte da vida, de uma renovação, traz a força da esperança”.

O Presidente do Dicastério explicou como “um aspecto importante da Pastoral urbana, segundo o Papa Francisco, é representado pelos pobres urbanos”, e recordou as suas recentes palavras à Diocese de Roma: “É necessário um grande e cotidiano comportamento de liberdade cristã para ter a coragem de proclamar, na nossa cidade, que é necessário defender os pobres e não defender-se dos pobres, que é necessário servir os mais fracos e não servir-se deles! (...). Quando em uma cidade os pobres e os fracos são cuidados, socorridos e promovidos na sociedade, eles revelam-se como o tesouro da Igreja e um tesouro na sociedade”.

Para o Cardeal Rylko, a teologia do povo do Papa Francisco é central na sua visão de cidade. “O seu projeto para a cidade é o de transformar o conjunto dos cidadãos em um povo. O povo não é portanto uma massa amórfica, como às vezes parcem os habitantes das nossas megalópoles urbanas, mas um conjunto orgânico de ‘cidadãos responsáveis’ – como disse o Papa – ‘uma pluriforme harmonia’. É um sujeito coletivo capaz de gerar processos históricos próprios”.

Existe, portanto, uma utopia da cidade do Papa Francisco aonde os pobres ocupam o centro e que vê o povo como sujeito ativo e dinâmico.

Nos trabalhos realizados após a abertura do encontro, alguns consultores do Dicastério, provenientes do Oriente Médio, apresentaram a situação atual das comunidades cristãs no Líbano, Síria e Egito. (JE)