Moçambique: Vítimas da tragédia de Chitima beneficiam de assistência nutricional

Cerca de 300 pessoas afectadas directamente pela intoxicação alcoólica colectiva ocorrida no passado dia 10 de Janeiro último, no bairro Cawira-B, em Chitima, sede distrital de Cahora-Bassa, na província de Tete, estão a beneficiar de apoio directo em reabilitação nutricional.

Segundo o Padre Artur Bila, chefe da comissão de gestão dos apoios destinados às vítimas, citado pelo jornal público “notícias”, desde o dia 12 de Janeiro último até ao momento foram realizadas quatro rondas de distribuição de donativos e de controlo do estado de saúde das 102 pessoas que foram assistidas e receberam alta no Centro de Saúde de Chitima e no Hospital Rural de Songo.

Mantimentos distribuídos duas vezes ao dia

Padre Artur Bila, afirmou ainda que os mantimentos estão a ser distribuídos directamente duas vezes por dia às pessoas que acabaram de receber alta nos hospitais de Chitima e Songo, com vista à sua reabilitação nutricional, o que está a ocorrer de forma positiva. Ainda de acordo com a fonte do “notícias”, o processo de distribuição de víveres é igualmente assistido por profissionais da Saúde que efectuam exames médicos para o acompanhamento da evolução do estado clínico dos afectados.

Autoridades da Saúde fazem acompanhamento clínico

Por seu turno, Alex Bértil, médico-chefe no distrito de Cahora-Bassa, afirmou que as brigadas de técnicos da Saúde estão a prestar uma atenção especial aos doentes que tiveram alta, a quem diariamente são efectuados alguns diagnósticos para uma observação mais cuidadosa do seu aspecto clínico depois da sua intoxicação com a bebida de fabrico caseiro denominado pombe.

Aquela fonte médica disse ainda que o processo de monitoria das pessoas que estiveram internadas em Chitima e Songo, bem como daquelas que embora tenham bebido o pombe não lhes causou problemas até ao momento, vai decorrer normalmente até aos finais do mês em curso, altura em que se pensa que poderão ocorrer algumas recaídas como resultado das sequelas do veneno.

“Porque até agora ainda não conhecemos o tipo de veneno que foi usado para a intoxicação, para posterior tratamento ideal, estamos a monitorar a evolução do estado de saúde dos pacientes que estiveram em nosso controlo, assim como a outras que beberam o pombe e não tiveram nenhum problema sanitário” - afirmou Alex Bértil.

Chegam apoios de vários cantos

Entretanto, a comissão distrital de assistência às pessoas afectadas pela tragédia de Chitima já recebeu de várias instituições do Estado, confissões religiosas, organizações não-governamentais, pessoas singulares e colectivas, entre outras individualidades, cerca de 60 toneladas de farinha de milho, 50 de cereais como arroz e milho branco, grandes quantidades de óleo de cozinha, peixe seco e fresco, leite fresco, entre outros produtos alimentares.

Para as 126 crianças órfãs de pais que pereceram vítimas devido a intoxicação, foi recebido material didáctico diferente constituído por cadernos, esferográficas, lápis de carvão e artigos de vestuário, numa altura em que esta prestes a iniciar o ano lectivo 2015.

 

Primeira-dama visita famílias afectadas

A Primeira-dama da República, Isaura Nyusi, que semana passada visitou as famílias enlutadas nos bairros Cawira A e B, em Chitima, disse ter constatado nos locais um bom trabalho levado a cabo pelas autoridades governamentais locais, com maior destaque para os profissionais da Saúde que não medem esforços para uma assistência e amparo total às vítimas da tragédia.

De recordar na sequência do consumo da bebida alcoólica de fabrico tradicional denominada “Pombe” envenenada, em Chitima, sede distrital de Cahora Bassa, província de Tete, centro de Moçambique, perderam a vida pouco mais de 72 pessoas.

Hermínio José, Maputo.