Testemunho de Meriam Ibrahim, condenada por apostasia


Londres (RV) - Foi condenada à morte no Sudão por apostasia, deu à luz na prisão "acorrentada ao chão" e o seu destino esteve por um fio. Uma onda de solidariedade global salvou Meriam Ibrahim. "Saber que o mundo estava do meu lado deu-me esperança". "O meu marido, Daniel contou-me sobre todas as pessoas que me defenderam e que me encorajaram a apoiar-me na minha fé cristã", disse a sudanesa de 27 anos, em entrevista ao jornal "The Guardian" nos dias passados.

Meriam passou vários meses numa prisão no Sudão, depois de ter sido acusada de apostasia, por ter casado com um cristão. O caso provocou uma onda de solidariedade em todo o mundo e a atenção de vários organismos e figuras políticas. Uma petição da Amnistia Internacional conseguiu mais de um milhão de assinaturas e Meriam foi libertada a 23 de Junho de 2014.

Visita ao Papa

Quando saiu do país, visitou o Papa no Vaticano, antes de se exilar nos Estados Unidos, onde hoje vive com o seu marido e os seus dois filhos. Durante todo o período de encarceramento, a mãe de 27 anos diz que não perdeu a fé porque "a fé é vida". "Lembro-me sempre da imagem de Jesus e de que ele morreu na cruz por nós. Devemos amá-lo e defendê-lo", disse Meriam ao jornal "The Guardian".

"Estou feliz, apesar das circunstâncias difíceis. O que aconteceu, o que enfrentei foi uma prova à minha fé… Tive êxito porque estou certa do que faço", acrescenta. 

A sudanesa foi presa junto com o seu filho, Martin (com menos de dois anos naquele tempo), e deu à luz Maya ainda na prisão. "Quando o meu filho Martin chorava e dizia que queria o pai, os guardas batiam-lhe e diziam-lhe 'você não tem pai', conta.

Sudão seja país de todas as religiões

"Foi um período difícil". Meriam culpa o Estado do Sudão. "Apoia os extremistas e a perseguição religiosa dos cristãos no Sudão", acusa na entrevista de "The Guardian". A cristã apelou ao Governo que se reconheça como um país de múltiplas "raças e religiões" onde todos têm os seus direitos, uma mudança vital para "assegurar um futuro para as próximas gerações". No futuro, Meriam quer escrever um livro sobre a sua experiência e criar uma organização de apoio às pessoas que trabalham contra as perseguições religiosas e que apoiam as mulheres na prisão. (SP)

 








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