Culturas femininas será o tema da Plenária do Dicastério da Cultura


Cidade do Vaticano (RV) – “As culturas femininas: entre igualdades e diferença” é o tema da próxima plenária do Pontifício Conselho da Cultura, a ser realizada de 4 a 7 de fevereiro. O programa do encontro foi apresentado na manhã desta segunda-feira (02/02), na Sala de Imprensa da Santa Sé, pelo Presidente do Pontifício Conselho da Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi. Presentes no encontro a Presidente da RAI, Anna Maria Tarantola e Paola Maggioni, Diretora da Rai News 24, responsáveis pelo evento público de abertura da Assembleia, previsto para ocorrer no Teatro Argentina, na tarde de quarta-feira.

O Cardeal Ravasi explicou o que se entende por cultura feminina, baseado no documento preparatório da Assembleia, elaborado por um grupo de mulheres que trabalharam junto aos oficiais e consultores do referido dicastério: “A expressão ‘cultura feminina’ não significa dividi-la da masculina, mas manifesta a consciência de que existe um olhar sobre o mundo e sobre tudo o que nos circunda, sobre a vida e sobre a experiência, que é próprio das mulheres”.

Segundo o documento de trabalho distribuído aos participantes, um dos temas a ser abordado na plenária será o da violência de gênero e o uxoricídio (ndr - assassínio de mulher cometido por quem era seu marido), considerado pelas relatoras como um “homicídio da mulher, enquanto mulher, e para apoderar-se de algo que se considera um direito exclusivo, recorrendo à humilhação e à violência, quer física que psicológica”.

Outro tema que envolveu os participantes na apresentação da plenária foi o da “cirurgia estética”, considerada como “uma burka de carne” no documento. A definição foi dada por uma mulher e leva ao questionamento se as mulheres “estão sob um jugo cultural de um modelo feminino único”.

O Cardeal Ravasi comunicou no encontro o desejo de criação de um organismo voltado à escuta feminina, dentro do Dicastério para a Cultura:

“O desejo é o de constituir um organismo para o dicastério – portanto não oficialmente para a Santa Sé – uma Consulta feminina permanente”.

Para a plenária estão programados quatro áreas de estudos, segundo explicou o purpurado:

“Primeiro, o delicado percurso sobre igualdade-diferença, com tudo o que ele comporta. O segundo, é a geratividade: atenção a esta expressão, que é técnica; não é a geração, somente, compreende também esta, mas é muito mais, uma idéia mais simbólica, é um código simbólico mais geral. Terceiro, a corporeidade e isto sem sombra de dúvidas, um dos capítulos constantes. E por último, a relação com a religião: uma relação que teve acontecimentos diferentes, diversas etapas”.  Aqui tentará responder a perguntas como: “Por que uma presença tão grande de mulheres na Igreja não incidiu também em suas estruturas? Por que designar à mulher na práxis pastoral somente aquelas tarefas que lhe são atribuídas por um esquema rígido de resíduos ideológicos e ancestrais?

A Assembleia – a ser realizada a portas fechadas – será inaugurada em um encontro público no Teatro Argentina intitulado “O olhar das mulheres”. Do programa consta a apresentação de vídeos, leituras, entrevistas, música ao vivo e coligamento com as redes sociais com o hashtag #lifeofwomen. (JE)

 








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