Especial Missão: de ad gentes para inter gentes e congentibus


Cidade do Vaticano (RV) – Duas viagens à Ásia em menos de um ano demonstram que este continente está no centro das atenções da evangelização de Papa Francisco, e não somente. Na outra ponta, a Igreja asiática também passa a desempenhar um papel fundamental para a nova evangelização: o envio de missionários.

Fogo de vida

O Conselheiro Geral da Congregação do Verbo Divino, Padre Arlindo Dias, ressalta que a disponibilidade da Ásia em dialogar com o cristianismo tem aberto novas fronteiras para a missão.

 “A Ásia tem uma abertura para o diálogo inter-religioso para esta possibilidade da vida e da riqueza cultural. Nós, Verbitas, por exemplo, estamos presentes nas Filipinas, Japão, Indonésia, Coreia, Vietnã onde existe um fogo de vida e onde há este fogo de vida há a possibilidade de se anunciar o Evangelho. Na Índia, por exemplo, existe uma explosão de vida que impressiona. Sente-se a energia e o calor das pessoas que são humanas, te acolhem e te fazem sentir em casa”, contou Padre Dias.

Nova concepção da missão

O Concílio Vaticano II destacou a missão ad gentes todavia Padre Arlindo afirma que hoje fala-se muito em outros dois aspectos importantes da missão: inter gentes e congentibus.

“Inter gentes: os povos estão se misturando. Tem dois caminhos para os povos ao se misturar: ou se matam uns aos outros,  ou formar uma só família humana. Congentibus: no mesmo nível que o outro, que não é pior nem melhor, menor nem maior, somos todos irmãos desta mesma família de Deus em Jesus de Nazaré”, explica o conselheiro verbita. A missão ad gentes é encarada como uma saída de si mesmo em direção ao outro e, nesse caminho, passa a ser inter gentes, onde aprende-se com o outro. O ciclo missionário fecha-se em congentibus, no mesmo nível do outro.

Inversão

Em tempos de globalização – onde os cristãos devem ser um mar de misericórdia em meio á indiferença – terras antes de missão passam a ser celeiros de missionários, como sugere Padre Arlindo. “Mudar o conceito de missão, no sentido de que eu não só dou – e penso que o Papa Francisco tem mostrado isso – eu também recebo. Todos carregam dentro de si uma semente do Evangelho. Esta semente é para ser partilhada e quando é partilhada se torna árvore e, depois, fruto”.

Exemplo dessa mudança nas rotas missionárias está no continente europeu. “Muitos missionários estão chegando à Europa onde faltam vocações mas nós estamos trazendo missionários para partilhar com os povos da Europa o que eles aprenderam uma vez com os povos da Europa que os próprios povos da Europa estão perdendo”, explicou. (JE/RB)

 








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