Três mil meninos-soldados serão libertados no Sudão do Sul


Cartum (RV) – A UNICEF e parceiros anunciaram o início de um processo de libertação de cerca de 3 mil crianças e adolescentes prisioneiros de grupos armados no Sudão do Sul, numa das maiores operações já realizadas com este objetivo. O primeiro grupo de 280 crianças foi libertado nesta terça-feira (27/01), no povoado de Gumuruk,  Estado de Jonglei. As etapas sucessivas serão realizadas no próximo mês.

Recrutados pelo South Sudan Democracy Army (SSDA) Cobra Faction, guiado por David Yau Yau, as crianças e adolescentes, a maioria meninos, têm entre 11 e 17 anos. Alguns combateram por quatro anos e muitos nunca foram à escola. No último ano, cerca de 12 mil, a maior parte meninos, foram recrutados e usados como soldados pelas forças e grupos armados que lutam no Sudão do Sul.

As 280 crianças e adolescentes libertados deixaram as armas e os uniformes em uma cerimônia organizada com a ajuda da UNICEF e que teve a supervisão  do South Sudan National Disarmament, da Demobilization and Reintegration Commission e da Cobra Faction.

“Estes meninos foram obrigados a fazer e ver coisas que uma criança nunca deveria experimentar”, delclarou o Representante da UNICEF no Sudão do Sul, Jonathan Veitch. “A desmobilização de milhares de crianças e adolescentes requer uma resposta efetiva que lhes assegure apoio e proteção, para que reiniciem a reconstruir as próprias vidas”, acrescentou o representante.

As crianças liberadas pela Facção Cobra receberão cuidados médicos básicos, proteção e ajuda como comida, água e roupas, para prepará-las no retorno a suas famílias. Também foram inciados programas de apoio psicológico, que irão complementar o acesso à educação e a programas de formação profissional.

Os programas a serem implantados exigem somas singnificativas de recursos, explicou Veitch. A UNICEF estima que o custo para a libertação e reintegração de cada criança é cerca de 2.330 dólares por 24 meses.

Mais de 1 milhão de crianças são deslocados internos ou se refugiaram em países vizinhos desde o início dos combates em dezembro de 2013, o que dificulta a identificação e reunificação das crianças com suas famílias. Neste sentido, o apoio será estendido às comunidades locais para prevenir e reduzir a discriminação no retorno dos meninos e adolescentes e ulteriores modalidades de exploração dos mesmos. (JE)

 








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