Pobreza afeta 28% da América Latina, a lição do Papa


Santiago do Chile (RV) – “A geração de empregos é a chave-mestre para vencer a pobreza e a desigualdade”, afirmou a Secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) Alicia Bárcena, ao apresentar os números da pobreza no continente em 2014, nesta segunda-feira (26/01), na capital do Chile.

O relatório, intitulado Panorama Social da América Latina, revelou que 167 milhões de latino-americanos vivem na pobreza e, destes, 71 milhões sobrevivem em níveis de extrema pobreza ou indigência. Equivale dizer que 28% da população do continente vive na pobreza.

Crescer para vencer

Bárcena disse que a pobreza só pode ser vencida por meio da geração de empregos, mas não somente: “O emprego com direitos, o emprego com salário, o emprego com políticas sociais e para isso temos que passar pelo problema do crescimento para poder chegar a uma solução para estes problemas”, alertou a secretária-executiva do órgão.

Desocupação juvenil

Nesse contexto, o relatório destacou também a preocupação com desocupação juvenil. Os jovens latino-americanos entre 15 e 29 anos que nem estudam nem trabalham chegam a 22%. “Descobrimos que a maior parte desse 22% são mulheres. Elas foram o percentual mais alto dos que não estudam nem trabalham. Elas se encontram entre aqueles que efetuam trabalhos domésticos e não-remunerados. E o que mais surpreende: muitas dessas mulheres estudaram mas, de alguma maneira, se viram remetidas de volta a este lugar”, ponderou Bárcena.

“Jovens nem-nem”

O Papa, profundo conhecedor da realidade da juventude latino-americana, usou pela primeira vez o termo “jovens nem-nem” durante sua Visita Pastoral à região italiana de Molise, em julho do ano passado. Ao ver que a desocupação juvenil também é uma ameaça para o futuro da Europa, o Papa disse que uma geração sem trabalho “é uma derrota para a humanidade”.

“Não podemos resignar-nos a perder uma geração inteira de jovens que não têm a grande dignidade do trabalho! O trabalho dá-nos a dignidade, e todos nós devemos fazer o possível a fim de que não se perca uma geração de jovens. Desenvolver a criatividade, a fim de que os jovens sintam a alegria da dignidade que deriva do trabalho. Uma geração sem trabalho é uma derrota futura para a pátria e a humanidade. Devemos lutar contra isto. E ajudar-nos uns aos outros a encontrar uma solução, de apoio, de solidariedade”, exortou o Papa. (RB)








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