Cardeal Ranjith: Papa vem ao Sri Lanka trazer reconciliação


Colombo (RV) -  Esta segunda-feira, início de sua sétima viagem apostólica internacional, o Papa escreveu num tuíte em sua conta @Pontifex: “No dia em que inicio a viagem ao Sri Lanka e Filipinas, peço que rezem comigo pelos povos destes países”.

O Santo Padre chegou esta terça-feira a Colombo – capital cingalesa – às 8h45 locais (1h15 de Brasília), e, na viagem de volta, partindo de Manila – capital filipina –, chegará a Roma no final da tarde da próxima segunda-feira.

Sobre as expectativas no Sri Lanka, primeira etapa da nova viagem do Papa Francisco à Ásia, nosso enviado, o colega Silvonei José, entrevistou o arcebispo de Colombo, Cardeal Albert Ranjith Patabendige Don:

“Encontramo-nos num momento importante da história do nosso país porque durante trinta anos tivemos uma guerra que causou muitos mortos, muita destruição; agora acabou. Mas ainda não temos a paz. Por isso o Santo Padre poderá fazer um apelo à reconciliação neste país porque os corações ainda estão dilacerados, feridos. É preciso uma verdadeira reconciliação dos corações. Por este motivo sua visita será muito importante para nós, porque ele é o homem reconhecido no mundo inteiro como o homem de paz, de reconciliação e de abertura à humanidade. Isso ajudará muito a se chegar a esta paz.”

RV: Um dos momentos importantes será a Canonização do Pe. José Vaz...

Cardeal Albert Ranjith Patabendige Don: -“Com certeza, Pe. José Vaz é o segundo fundador do catolicismo no Sri Lanka porque após a ocupação dos holandeses houve uma diminuição dos católicos por causa das perseguições; suspeitavam que os católicos eram espias dos portugueses. Por este motivo fomos duramente perseguidos: os católicos viveram trinta anos sem sacramentos, e Pe. José Vaz deixou a Índia para vir ao Sri Lanka, onde viveu uma vida verdadeiramente heroica aqui. Chegou a passar dois anos na prisão, em Kandy, mas conseguiu salvar a fé do povo.”

RV: O encontro inter-religioso configura um dos momentos importantes desta visita. Como é, hoje, este diálogo?

Cardeal Albert Ranjith Patabendige Don:- “Existem altos e baixos. Entre o povo simples, em particular, não há nenhum conflito; o conflito aparece quando se organizam em pequenos grupos políticos. Quando se politiza a diferença, chegam os problemas.”

RV: Um Presidente convidou o Santo Padre e outro Presidente o recebe. Como se vive também este momento?

Cardeal Albert Ranjith Patabendige Don:- “Era um momento difícil, inicialmente se pensava que haveria momentos de violência durante as eleições; isso não aconteceu, tivemos fé em Deus: foi quase um milagre. Creio que a visita do Santo Padre tenha dado o impulso a fim de que as eleições se realizassem num clima tranquilo; não houve nenhuma resistência por parte do candidato presidente, que perdeu; ele se retirou. Isso é quase um milagre, porque no passado as coisas se deram de modo diferente. Creio que a nossa constante oração tenha contribuído.”

RV: Qual é a Igreja que o Papa encontra no Sri Lanka?

Cardeal Albert Ranjith Patabendige Don:- “Uma Igreja viva, muito fiel a Jesus e muito amável, porque o nosso povo sabe viver bem com os outros. Temos boas relações, sobretudo, com os budistas e com os hinduístas. Isso ajudará a visita do Papa.” (RL)








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