Direto do Sri Lanka: decretado feriado nacional para receber o Papa


Colombo (RV) – Quase tudo pronto para receber, na manhã desta terça-feira (13/01), o Papa Francisco em Colombo, capital do Sri Lanka. Os últimos retoques nas ruas enfeitadas com bandeiras do Vaticano e do país que o acolhe estão dando o tom da alegria de um povo que recebe o Sucessor de Pedro. A sala de imprensa montada no interior do Galle Face Hotel foi inaugurada na manhã desta segunda-feira (12/01) com a chegada dos primeiros 650 jornalistas acreditados: 400 são do Sri Lanka e 250 de outras partes do mundo. Acompanham o Santo Padre no voo papal outros 85 jornalistas.

A imprensa do Sri Lanka nos dias passados deu pouco espaço à viagem de Francisco, concentrada mais nas eleições presidenciais do último dia 8 de janeiro que viu a vitória do opositor do Presidente Mahinda Rajapakse, seu ex-Ministro Maithripala Sirisena. Nesta segunda a imprensa de Colombo ainda dá destaque à tomada de posse do Presidente Sirisena e à sua visita a um templo budista.

Feriado Nacional

O Papa Francisco é notícia no que diz respeito ao grande esquema de segurança montado para recebê-lo: são cerca de 24 mil os policiais que cuidarão da segurança e da ordem durante a permanência de Francisco neste país. As escolas católicas fecharam as portas neste dia 13 e no dia 14 será feriado nacional por decisão do governo para permitir uma maior participação de todos na recepção ao Santo Padre. Ontem, no aeroporto internacional de Colombo a prova do coral de crianças que receberá o Papa: são crianças pobres da periferia da cidade que darão o tom a esta viagem, vista como uma viagem simples mas de profunda emoção.

Os fiéis se preparam para ganhar as ruas da cidade e dar as boas-vindas a Francisco, que nesta terra é muito amado, não só pelos católicos mas também pela maioria budista, e também pelos muçulmanos, como nos contou o Núncio Apostólico no Sri Lanka, Dom Pierre Nguyên Van Tot.

7ª viagem internacional

Francisco parte no início da noite de hoje, horário de Roma para uma viagem de oito dias ao Sri Lanka e Filipinas, onde certamente o tom dos seus discursos e encontros será uma mensagem de esperança, paz e reconciliação, como também de afeto pelas vítimas tanto de violências como de catástrofes naturais que atingiram ambas as nações. É a sua 7ª viagem internacional.

Nos dias passados, o Secretário de Estado Vaticano afirmara que a viagem de Francisco é uma oportunidade para “demonstrar compaixão, misericórdia, diante de tantas pessoas que sofrem”. Aqueles que sofrem por causa dos desastres naturais, aqueles que sofrem por causa das injustiças como a pobreza a corrupção, os que sofrem por causa das guerras que perduram certamente serão confortados pelo Papa Francisco que tanto desejou essa viagem.

País multicultural

O Sri Lanka ainda sofre as consequências da guerra civil de 1983-2009 entre a maioria cingalesa e a minoria tamil, que deixou mais de 100 mil mortos. Também é um dos países arrasados pelo tsunami de 2004, que causou cerca de 31 mil mortos. Eis o que nos disse a proposito da chegada do Santo Padre o Cardeal Malcom Ranjith, arcebispo de Colombo.

“Nós estamos em um momento importante na história do nosso país porque tivemos uma guerra de 30 anos que causou muitas mortes e muita destruição; terminou, mas ainda a paz não foi estabelecida. Por isso, o Santo Padre poderia fazer um apelo à reconciliação neste país, porque os corações ainda estão dilacerados, existem ainda as feridas, e é necessária uma verdadeira reconciliação do coração, por isso a sua visita será muito importante para nós. Ele é um homem conhecido em todo o mundo como um homem de paz, de reconciliação, de abertura em direção da humanidade, e isso irá ajudar muito a obter essa paz”.

Convite insólito

Sobre o convite ao Papa Francisco para visita ao Sri Lanka, eis o que nos disse o Cardeal Ranjith.

“Eu o convidei no dia da sua eleição, antes ainda da sua primeira aparição no balcão da Basílica Vaticana. Eu fiz o convite e ele aceitou imediatamente. Pediu-me que enviasse uma carta, e eu fiz logo em seguida através da conferência episcopal e do governo. Depois insistimos várias vezes e então conseguimos. Sabia que ele viria, pois eu disse, se o senhor deseja ver a Ásia com todos os seus problemas, com as suas religiões, etc... venha ao Sri Lanka, porque o Sri Lanka é uma pequena visão de toda a Ásia, a realidade da pequena comunidade, porque os católicos são poucos, em toda a Ásia são só 2,6%, por isso se ele queria ver um país onde a convivência se torna um desafio para nós, mas também uma possibilidade, o Papa deveria vir aqui; essa era minha convicção e eu tinha convidado, e ele aceitou”.

Durante sua visita, Francisco canonizará o Beato José Vaz, missionário do século XVII e visitará o Santuário de Nossa Senhora do Rosário em Madhu.

De Colombo, Sri Lanka, para a Rádio Vaticano, Silvonei José








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