O Papa Francisco não esquece do Haiti


Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco não esquece o Haiti. Foi o que afirmou o Secretário da Pontifícia Comissão para a América Latina, Guzmán​ Carriquiry, por ocasião do quinto aniversário do terremoto que levou morte e destruição ao país caribenho, em 12 de janeiro de 2010:

“Francisco traz sempre em seu coração o sofrimento e as esperanças do povo do Haiti. Não esqueceu e nem quer que se esqueça, do terrível terremoto que em 12 de janeiro provocou neste país um número impressionante de mortos e de feridos, uma infinidade de pessoas sem casa, a destruição... Portanto, o Pontificio Conselho Cor Unum e a Pontifícia Comissão para a América Latina consideraram oportuno convocar e organizar um dia de comunhão com a Igreja do Haiti e de solidariedade com o povo haitiano”.

RV: “Por que a Santa Sé nestes cinco anos demonstrou uma particular atenção pelo Haiti, pelo seu povo e também pela sua Igreja?

“Porque o Papa foi, desde o primeiro momento, muito coerente com aquilo que disse três dias após a sua eleição: “Desejo uma Igreja pobre a serviço dos pobres”. Esta coerência foi reiterada em cada dia de seu pontificado. Como não manifestar a solicitude apostólica da Santa Sé no abraço da caridade com uma das nações mais pobres do planeta, a mais pobre do continente americano, onde a grande maioria da população vive em condições de extrema pobreza? Assim, este é um gesto de particular comunhão e solidariedade, que vem do coração do Santo Padre e da solicitude apostólica da Santa Sé”.

RV: Neste cinco anos, a Igreja esteve muito próxima ao povo do Haiti. Qual é a situação atual do país?

“A situação do país – como dizem os próprios bispos na mensagem de Natal de 2 de dezembro de 2014 – é catastrófica, catastrófica! Existem realmente muitos, muitos problemas; a situação é instável, caótica a nível político, o aumento dos preços dos gêneros de primeira necessidade, a degradação ambiental, o desespero da maior parte da população e dos jovens, em particular, devido, sobretudo, à falta de trabalho; a imigração crescente, o êxodo contínuo que destroi as famílias, a precariedade do sistema educativo: estes são todos problemas levantados pelos Bispo do Haiti, que obviamente chamam para uma conversão que mude a relação entre o povo haitiano e Deus, que mude certos comportamentos por uma autêntica reconstrução nacional. Os bispos estão conscientes de que a reconstrução não pode ser simplesmente uma reconstrução material, mesmo necessária, mas que toda verdadeira reconstrução começa no coração das pessoas quando as pessoas levantam-se e descobrem a própria liberdade, a própria dignidade, a própria responsabilidade e desenvolvem atitudes de solidariedade, em particular pelos mais pobres. Somente assim um povo se torna realmente “sujeito” de uma autêntica reconstrução. Os bispos haitianos estão muito comprometidos em tudo, mas ainda tem necessidade de apoio internacional que seja sincero, concordado, porque o país enfrenta desafios enormes. Penso que a Igreja do Haiti, com toda a ajuda internacional que recebeu por parte de diversos circuitos e instituições da Igreja Católica, esteja dando um testemunho de caridade e de solidariedade impressionante, voltado a toda a população, e em modo particular aos mais necessitados. Este é o verdadeiro sentido da caridade e da solidariedade católica. Certo, uma parte da ajuda recebida pela Igreja no Haiti foi muito importante para reconstruir uma infra-estrutura eclesiástica mínima. Era necessário reconstruir as igrejas, necessário reconstruir ainda os seminários, algumas escolas católicas. Porém, a fantasia da caridade é que se manifestou na diversidade de obras que vão de encontro às diversas necessidades da população haitiana”. (JE)

 

 

 








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