Bispos do Sri Lanka contra a politização da visita do Papa


Colombo (RV) – Os bispos do Sri Lanka lançaram um forte apelo para que a visita do Papa ao Sri Lanka não adquira um caráter político. Francisco chegará ao país asiático no dia 12/01, logo depois das eleições presidenciais, marcadas para esta quinta-feira (08/01). Os cingaleses irão às urnas antecipadamente por decisão do atual presidente, Mahinda Rajapaksa, que concorre ao terceiro mandato consecutivo.

Evitar violência antes e depois das eleições

Dois são os candidatos principais: Maithripala Sirisena, ex-integrante do governo de Rajapaksa, cuja campanha foi baseada em um plano de reforma democrática que prevê uma redução dos poderes presidenciais e um incremento do parlamento, e o presidente em fim de mandato, Rajapaksa. Independentemente do resultado das eleições, Rajapaksa será presidente até o final de 2016, ano em que – como prevê a Constituição – o novo presidente tomará posse.

Neste contexto, a principal preocupação da Igreja local é que a viagem do Papa não seja instrumentalizada: “Exortamos aos candidatos para que assegurem que não exista nenhuma forma de politização da visita do Papa”, lê-se na mensagem, que pede “uma atmosfera pacífica para a visita pontifícia para que o programa espiritual previsto seja realizado plenamente”. “É preciso evitar a violência – prosseguem os bispos – em todos os níveis, antes e depois das eleições, para levar adiante com a participação da população um debate maduro inerente à política de cada um dos partidos”.

Democracia e transparência

O apelo é, portanto, para que “sejam mantidos os princípios da democracia e de transparência necessários para o decorrer livre e correto das eleições”.“È extremamente importante – escrevem os bispos – manter um clima de liberdade para que possam ser expressados os diferentes pontos de vista em relação à política”, assim como “é necessário manter o Estado de direito” e uma “verdadeira democracia participativa”.

Reestabelecimento da paz

A Igreja local também “espera um forte empenho” de todos “para reestabelecer a paz e promover a reconciliação no país, para que todos os cidadãos possam viver com dignidade e igualdade”.

A mensagem episcopal recorda ainda a importância do “direito inalienável de todos os cidadãos em expressar o próprio voto sem medos ou parcialidade”, em um clima “de justiça e absoluta transparência”.

“A Igreja – lê-se ainda no texto – sempre apoiou a necessidade de ser respeitar o direito e o dever de usar todos os votos na promoção do bem comum”, de acordo com o que é reiterado pela Constituição pastoral “Gaudium et spes”: “Todos os cidadãos se lembrem, portanto, do direito e simultaneamente do dever que têm de fazer uso do seu voto livre em vista da promoção do bem comum. A Igreja louva e aprecia o trabalho de quantos se dedicam ao bem da nação e tomam sobre si o peso de tal cargo, em serviço dos homens.. (n. 75)”.

Trabalhar para o bem comum

Ao lançar o olhar para o período pós-eleitoral, os bispos desejam que “o candidato eleito e o não-eleito aceitem a decisão do povo, respeitando o veredicto e dando reciprocamente as mãos para trabalhar juntos pelo bem do país”, para que, “livre de violências”, o Sri Lanka “trilhe um caminho de maior liberdade e prosperidade, mantendo sólidos os principio econômicos, morais e culturais, tão valiosos para a popolação”. (IP/JES)

 








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