Cardeal Tauran e o diálogo com muçulmanos em 2014


Cidade do Vaticano (RV) – “Consciente da necessidade de uma reflexão católica e ecumênica por um diálogo verdadeiro, e portanto frutuoso com os muçulmanos, será realizada em Roma a reunião anual da Comissão para as Relações Religiosas com os Muçulmanos que tem como responsável este Pontifício Conselho, nos dias 29 e 30 de 2015”. Palavras do Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, em artigo publicado no L’Osservatore Romano, onde passa em resenha as atividades do dicastério em 2014 e faz uma análise das perspectivas do diálogo entre as religiões. O Cardeal anunciou ainda, que a reunião anual com os parceiros do dicastério junto ao Conselho Ecumênico das Igrejas terá lugar em Roma no dia 20 de janeiro de 2015.

Intitulado “Estrela no céu tempestuoso”, o artigo começa ressaltando que estamos vivendo  “um dos momentos mais sombrios da história da humanidade”, onde acontecimentos trágicos em vários países não poupam ninguém, com o agravante de que “o nome de Deus e de uma religião” é usado para justificar tal violência.

A instrumentalização das religiões com as violações do sagrado direito à vida, da segurança e dos direitos fundamentais de toda pessoa humana – diz o Cardeal Tauran - levam à interrogação se as religiões, seus seguidores e o diálogo inter-religioso são críveis. Não obstante isto, o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso “continuou, antes, intensificou as próprias atividades, em particular com os muçulmanos”, fiel à missão a ele confiada.

O Cardeal passa então a elencar diversas atividades desenvolvidas pelo dicastério ao longo de 2014, no sentido de desenvolver o diálogo cristão-muçulmano, como o Fórum Católico-muçulmano, a Conferência Inter-religiosa “A complementariedade entre homem e mulher” , o IX Colóquio com o Centro para o Diálogo Inter-religioso que tem à frente a ‘Islamic Culture and Relations Organization’, o terceiro encontro Cristão-Muçulmano realizado em Roma, e que recebeu representantes do Patriarcado de Constantinopla e do Judaísmo.

O purpurado destaca ainda a colaboração com várias realidades comprometidas com o diálogo inter-religioso, como o Congresso de Líderes Religiosos do Mundo e Religiões Tradicionais, com sede em Astana, Cazaquistão, as iniciativas do Rei Abdullah da Arábia Saudita, que instituiu em Viena um Centro para o Diálogo Inter Cultural e Inter-religioso.

Também é ressaltada a abertura de “um novo e particular canal de diálogo com o martirizado Iraque através da criação de um Comitê Permanente para o Diálogo com representantes das maiores comunidades religiosas do país: xiitas, sunitas, cristãos, sabeus”. “Trata-se de um sinal de esperança, em um quadro sombrio”, avalia o Cardeal.

O Presidente do Dicastério para o Diálogo com as religiões reitera a importância da educação da juventude e a boa vontade dos participantes dos encontros que reúnem pessoas influentes sobre as novas gerações, como intelectuais, professores universitários e expoentes religiosos.

Por fim, o cardeal assinala a publicação por parte do dicastério do documento “Diálogo na verdade e na caridade. Orientações pastorais para o diálogo inter-religioso”, onde as Igrejas locais, com seus pastores e fiéis podem encontrar linhas guias para as relações com fiéis de outras religiões. (JE)








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