Natal

Cidade do Vaticano (RV) - Dedicamos o nosso espaço dedicado aos 20 anos do Novo Catecismo à reflexão de Natal do Padre Gerson Schmidt:

"Amado ouvinte!

O Natal está mais uma vez aí, como mistério fantástico, amor imenso de um Deus que se faz gente como a gente, carne de nossa carne, e vem habitar comigo e contigo, mergulha no mistério de cada um, de cada homem e de cada mulher desse planeta. O Catecismo da Igreja Católica diz, no número 525, que “Jesus nasceu na humildade de um estábulo, em uma família pobre; as primeiras testemunhas do evento são simples pastores. É nesta pobreza que se manifesta a glória do Céu. A Igreja não se cansa de cantar a beleza e magnitude dessa noite: Hoje, referindo-se a noite Santa de Belém, a Virgem traz ao mundo o Eterno. Para tal grande notícia de grande alegria, a semelhança do anúncio à Maria, cabe ser noticiada a Boa Nova pelos anjos que dizem aos pastores: "Hoje, na cidade de Davi, nasceu-vos um Salvador que é o Cristo Senhor" (Lc 2,11). E o Catecismo referenda um poema, tirado da melodia de uma cantiga romana: “E a terra oferece uma gruta ao Inacessível (que profundo: o tangível abriga o inatingível; o tempo perpetua o atemporal). Os anjos e os pastores o louvam. E os magos caminham com a estrela. Pois Vós nascestes por nós, Menino, Deus eterno!”.  É por nós, por mim, por você, por todo o vivente desse planeta, que Deus se fez criança, se fez guri, se fez pequeno para nos engrandecer. Fez-se pobre, para nos enriquecer; fez-se frágil para nos fortalecer. Como diz a Anáfora natalina: “Cristo se tornando homem, nos fez eternos”.

No número 526 diz assim: "Tornar-se criança" em relação a Deus é a condição para entrar no Reino; para isso é preciso humilhar-se, tornar-se pequeno; mais ainda: é preciso "nascer do alto" (Jo 3,7), "nascer de Deus" para tornar-nos filhos de Deus. O mistério do Natal realiza-se em nós quando Cristo "toma forma" em nós. O Natal é o mistério deste "admirável intercâmbio entre o céu a terra: Admirável Intercâmbio. O Criador da humanidade, assumindo corpo e dignou-se nascer de uma Virgem; e, tormando-se homem, pela sim de Maria, nos doou sua própria divindade!

"Pois o Filho de Deus se fez homem para nos fazer Deus.  O Filho Unigênito de Deus, querendo-nos participantes de sua divindade, assumiu nossa natureza para que aquele que se fez homem dos homens fizesse deuses. A palavra “deuses”aqui no catecismo tem que ser bem entendida, não no sentido de sermos idólatras de nós mesmos, mas o de nos tornarmos divinos e transcendentes, eternos, porque Deus se humanizou.  

Natal é a presença de Deus, que vem morar com a gente, vem habitar entre nós. Vem visitar seu povo, vem caminhar ao seu lado, vem para ficar para sempre no meio de nós. Não para fazer turismo aqui na terra. Vem para nos salvar, vem para morrer, como lembra a oferta dos magos da Mirra, um dos presentes ofertados ao menino, que lembra sua sepultura. Esse menino, pingo de gente que nasce, tem uma missão concreta: vem resgatar a cada um e perdoar nossos pecados. Coragem. Feliz natal é mergulhar nesse presépio de amor, de um Deus apaixonado, um Deus que não nos abandonou a mercê da morte, do abismo, da ingratidão. Celebre o Natal em Família. Celebre em sua comunidade de fé.

Feliz e Abençoado Natal para todos".