Card. Parolin: determinante papel do Papa no diálogo Cuba-EUA


Cidade do Vaticano (RV) –  A respeito da histórica decisão dos Governos dos Estados Unidos e de Cuba de restabelecerem relações diplomáticas, a Rádio Vaticano entrevistou o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, que falou do esforço de mediação do Vaticano, ao longo destes anos, começando por de João XXIII e depois João Paulo II, Bento XVI e, agora, o Papa Francisco:

“De fato, gostaria de recordar todo o trabalho feito nestes anos, porque todo tipo de decisão importante, como esta, tem um trabalho árduo por trás dos bastidores, feito de esforços, de paciência, de pequenos passos. Entre todos os que contribuíram para este histórico evento, destacamos o papel determinante do Papa Francisco, que enviou uma carta aos dois presidentes, americano e cubano, convidando-os a superar os obstáculos existentes  entre seus países e chegar a um acordo. Tudo isto, certamente, é devido ao fato de Francisco vir de um país americano. Como ele mesmo disse, em várias ocasiões, onde há divergências é preciso aplicar o método do diálogo. Se um diálogo for sincero, levará sempre as pessoas a se encontrar e a colaborar, não obstante as diversidades. Logo, o Papa convida todos a uma cultura do encontro”.

Cardeal Parolin, como se caracteriza o empenho diplomático da Santa Sé?

“O empenho da Santa Sé é aquele que o Papa definiu em seu primeiro discurso ao Corpo Diplomático, depois da sua eleição. Ele recordava três pontos: a paz, que sempre foi uma característica fundamental da ação diplomática da Santa Sé; a luta contra a pobreza; e construir pontes. Neste caso, a Santa Sé sempre utilizou seus bons intermediários para que as duas partes pudessem se encontrar e chegar a esta conclusão feliz”.

Cardeal, o senhor conhece muito bem aquelas regiões americanas, uma vez que foi, até recentemente, Núncio Apostólico na Venezuela. Será que as novas relações entre EUA e Cuba poderão influenciar positivamente a área latino-americana?

“Eu acredito e espero. Acredito, porque um passo desta grandeza, certamente, terá reflexos positivos também em toda a região latino-americana; eu espero, porque há certas situações que precisam ser melhoradas e solucionadas. Mas, gostaria de ressaltar um aspecto importante nestas novas relações: a boa vontade e a coragem dos dois líderes. Esta dose de grande coragem, que levou os dois países a chegar a esta conclusão, poderá inspirar outros líderes a trilharem o mesmo caminho do diálogo e do encontro”.

Cardeal Parolin, quais frutos poderão ser produzidos na Igreja em Cuba com o restabelecimento das relações entre Cuba e EUA?

“Ouvi dizer que os sinos tocaram em Cuba. Isto quer dizer também que a Igreja participou com júbilo deste acontecimento histórico. Acho que este será um passo ulterior que ajudará a Igreja a desempenhar melhor sua missão na sociedade cubana, para a construção de uma realidade cada vez mais solidária. Devemos, realmente, agradecer a Deus por este posso tão importante. Este é um bom sinal e uma ótima notícia, entre as tantas negativas no panorama mundial.”  (MT)








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