Igreja quer criar comissão pela justiça e paz no México

Cidade do México (RV) - Os bispos mexicanos apresentaram as suas condolências a Ezequiel Mora, pai de Alexander, um dos 43 estudantes desaparecidos em Ayotzinapa, no final de setembro. Os restos mortais do jovem foram identificados pelos peritos.

A Conferência Episcopal Mexicana (CEM) divulgou que nesta terça-feira (9), Dom Carlos Garfias Merlos, Arcebispo de Acapulco, e Dom Eugenio Lira Rugarcía, Bispo Auxiliar de Puebla e secretário geral da CEM, telefonaram a Ezequiel Mora em nome de todos os bispos do país para "expressar as suas condolências pelo assassinato, cruel e condenável, do seu filho Alexander".

Igreja x sociedade

Enquanto isso, a tensão no país não parece diminuir. O núncio apostólico no México, o Arcebispo Christophe Pierre, depois de ter presidido a ordenação de quatro sacerdotes na catedral de Culiacán, Sinaloa, no último dia 8 de dezembro, respondeu às perguntas dos jornalistas, dizendo: "o país vive momentos difíceis, talvez uma crise de confiança na sociedade, nas autoridades... Existem muitas dúvidas. No entanto, existem sacerdotes e fiéis que estão procurando as soluções para não caírem no pessimismo". Dom Chiristophe Pierre mencionou a criação de uma nova comissão de atenção pela justiça, pela paz e pela reconciliação no país, porque "protestar sem propor nada é improdutivo". Então, enalteceu: "gosto de ver que a Igreja Católica faz parte da sociedade, se sente solidária com aqueles que sofrem, mas também deve sentir a responsabilidade de encontrar soluções, de oferecer uma saída".

Segundo as autoridades federais, os 43 estudantes teriam sido raptados e depois mortos sob iniciativa do ex-prefeito de Iguala, José Luis Abarca, e de sua mulher, Maria de Los Angeles Pineda, irmã de três traficantes de droga muito conhecidos no país. Segundo os investigadores, o casal, que foi preso, temia que a chegada dos estudantes na cidade perturbasse um evento público promovido pela própria Pineda. O fato está fazendo tremer o governo federal e, em particular, o seu presidente, Enrique Peña Nieto, que tem o cargo em risco.

(AC)