Francisco: ser voluntário é lutar contra as causas da pobreza


Cidade do Vaticano (RV) – Na vigília do Dia Internacional do Voluntário, o Papa Francisco recebeu em audiência, no Vaticano, cerca de dois mil membros da Federação dos Organismos Cristãos de Voluntariado (Focsiv).

“Há muita necessidade de testemunhar o valor da gratuidade”, disse o Papa em seu discurso aos voluntários, recordando que os pobres não podem se tornar uma ocasião de lucro. Para Francisco, as pobrezas hoje mudam de aspecto, com os pobres que reivindicam o protagonismo de seu futuro. Eis então que os voluntários são chamados a captar esses sinais dos tempos, trabalhando a serviço desse protagonismo através da solidariedade. E essa mesma solidariedade leva a lutar contra as causas estruturais da pobreza: a desigualdade, a falta de emprego e de moradia, e a negação dos direitos. 

“A solidariedade é um modo de fazer a história com os pobres, rejeitando supostas obras altruístas que reduzem o outro à passividade”, declarou Francisco, definindo os voluntários “agentes de paz e artífices de justiça”.

Entre as causas principais da pobreza, o Papa identificou um sistema econômico que saqueia a natureza. De modo especial, Francisco mencionou o desflorestamento, as catástrofes ambientais e a perda da biodiversidade, recordando que a criação não é propriedade de poucos, mas “dom maravilhoso de Deus” e “patrimônio de todos”.

O Pontífice falou ainda do escândalo da fome e das guerras, que obrigam milhares de pessoas à fuga e, sobretudo, deixam as crianças em campos de refugiados famintas de “alimento, liberdade e futuro”. “Quanto sofrimento, quanta destruição”, lamentou o Papa, salientando que, diante deste cenário, o cristão não se subtrai, mas trabalha com perseverança para desarmar as mentes e construir pontes entre culturas e religiões. 

Os migrantes são outra preocupação do Santo Padre: “Os movimentos migratórios requerem adequadas modalidades de acolhimento, que não deixem os migrantes à mercê do mar e de grupos de traficante sem escrúpulos. Ao mesmo tempo, é necessária uma colaboração factível entre os Estados, para regulamentar e administrar eficazmente esses fenômenos”.

Por fim, Francisco encorajou os membros da Focsiv a prosseguirem com alegria neste caminho de fidelidade ao homem e a Deus, colocando sempre mais no centro a pessoa de Jesus. Um auxílio precioso para este serviço, os voluntários podem encontrar na oração diária. “Esta será a força nos momentos mais difíceis, de desilusão, de solidão e de incompreensão”.

(BF)








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