Aberta a Plenária da Comissão Teológica Internacional


Cidade do Vaticano (RV) – A Plenária da Comissão Teológica Internacional foi aberta nesta segunda-feira (01/12), no Vaticano. O Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e Presidente do organismo, Cardeal Gerhard Ludwig Müller abriu os trabalhos.

“A teologia – disse o purpurado em seu discurso – inicia, nasce e se faz na liturgia, na adoração do mistério de Deus e na contemplação do Verbo feito carne. Se nós, teólogos e teólogas, a cada dia colocamos à disposição dos mistérios da fé a nossa inteligência, os próprios dons e o cansativo trabalho, na realidade, antes ainda de tudo isto, temos necessidade do seu Espírito, da sua inteligência divina, que fortifica as nossas pobres pesquisas humanas. Na liturgia compreendemos melhor, como a teologia é fundamentalmente a contemplação de Deus do amor”

“Devemos, porém, ter consciência da exigência e da responsabilidade da inteligência da fé, que em modo especial é confiada aos teólogos e às teólogas que trabalham na Igreja, para a Igreja e em nome da Igreja. Na Igreja, com o vosso trabalho intelectual, vocês realizam uma vocação bem precisa e uma exigente missão eclesial”.

“A fé cristã, de fato, não é uma experiência irracional. Somos chamados a acolher o convite e o dever que expressa Pedro, o de estar “sempre prontos em dar uma resposta a quem vos pede o motivo de vossa esperança” (1 Pe 3,15). A teologia perscruta, em um discurso racional sobre fé, a harmonia e a coerência intrínseca das várias verdades de fé que brotam do único fundamento da revelação de Deus uno e trino. O mistério imperscrutável de Deus, na economia da salvação e por meio desta economia do Verbo Encarnado, se oferece também a nossa inteligência. Nós, teólogos, somos custódios disto e promotores desta inteligência da fé”.

“A teologia – prosseguiu o Cardeal Gerhard Ludwig Müller  - nunca é uma pura especulação ou uma teoria apartada da vida dos fiéis. Com efeito, na autêntica teologia nunca houve uma separação ou uma contraposição entre a inteligência da fé e a pastoral ou a práxis vivida pela fé. Poder-se-ia dizer que todo o pensamento teológico, todas as nossas investigações científicas têm sempre uma profunda dimensão pastoral”.

“Toda divisão entre a ‘teoria’ e a ‘prática’ da fé seria o reflexo de uma sutil ‘heresia’ cristológica de fundo. Seria fruto de uma divisão no mistério do Verbo eterno do Pai que se fez carne. Seria a omissão da dinâmica encarnacionista de toda sã teologia e de toda a a missão evangelizadora da Igreja. Cristo que pode ser dito o primeiro teólogo das Escrituras, o teólogo por excelência, Ele nos disse “eu sou o caminho, a verdade, a vida”. Não existe a verdade sem a vida, nem a vida sem a verdade. Nele está o caminho para compreender sempre melhor a verdade que é oferecida a nós e se fez nossa vida”.

“O trabalho da Comissão, o seu estilo  – concluiu o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé -, é caracterizado por um profundo espírito comunitário, de fraterno respeito e amizade, de uma verdadeira colegialidade de colaboração, de troca e de diálogo. Da comissão se espera o exemplo de um debate teológico sereno e construtivo, no respeito pelo carisma do Magistério eclesial e na consciência da grande responsabilidade de que é investida a vocação dos teólgos e das teólogas na Igreja”. (JE)








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