Igreja não seja um museu ou ONG, diz papa aos bispos da Suíça


Cidade do Vaticano (RV) – Que a Igreja na Suiça seja sinal visível do Corpo de Cristo e de seu povo e não somente uma bela organização, uma ONG. Palavras do Papa Francisco no discurso entregue aos bispos suiços em visita ‘ad Limina’, na manhã desta segunda-feira, 1º/12.

Palavras claras e diretas do Santo Padre aos prelados da Suiça, um país de pacífica “coexistência cultural e religiosa”, “sede de instituições internacionais importantes para a paz, o trabalho, a ciência e o ecumenismo”. Não obstante “muitos habitantes mantém-se afastados da fé, a maioria reconhece o papel positivo dos católicos e protestantes no âmbito social”.

Mas “sem uma fé viva em Cristo ressuscitado – observou o Papa -  as belas igrejas e mosteiros, como a Abadia de São Maurício, prestes a celebrar 1.500 anos de vida religiosa ininterrupta, ‘fato excepcional em toda a Igreja’, se transformarão, pouco a pouco em museus; todas as louváveis obras e instituições perderão o seu espírito, deixando somente ambientes vazios e pessoas abandonadas”.

“A vossa missão – disse o Pontífice aos bispos suiços – é a de apascentar o rebanho, caminhando segundo as circunstâncias adiante, no centro e atrás”, porque “o povo de Deus não pode subsistir sem os seus pastores, bispos e padres”.

O Papa então, encoraja os prelados “a dar uma resposta clara e comum aos problemas da sociedade, em um momento onde muitos, mesmo na Igreja, são tentados a afastar-se da real dimensão do Evangelho, que tem uma força própria originária para elaborar propostas”. Cabe a nós, portanto, continuou o Pontífice, apresentar esta mensagem completa e torná-la acessível a todos, sem obscurecer a beleza do Evangelho, também àqueles que encontram dificuldades na vida cotidiana ou buscam um sentido à própria existência ou se afastaram da Igreja”. Os quais “confusos ou concentrados em si mesmos, deixam-se seduzir por formas de pensar que negam deliberadamente a dimensão transcendente do homem, da vida e das relações humanas, em particular diante do sofrimento e da morte”.

“O testemunho dos cristãos e das paróquias – disse o Papa – pode realmente iluminar o caminho deles e apoiar sua busca da felicidade. Deste modo a Igreja Suiça pode ser ela própria e não somente uma bela organização, uma outra ONG”.

Assim – conclui Francisco – é necessário “anunciar a Boa Nova, não ceder aos caprichos dos homens”. “Muitas vezes nos cansamos em responder sem nos dar conta que nossos interlocutores não buscam respostas”. É necessário, isto sim, “interrogações com a visão apostólica nunca superada: ‘Este é Jesus, Deus o ressuscitou, nós somos testemunhas disto’”. (JE)








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