Novo Catecismo: "Crer no único Deus"


Cidade do Vaticano (RV) – No nosso espaço dedicado aos 20 anos da publicação do Novo Catecismo, o Padre Gerson Schmidt reflete no programa de hoje sobre o tema “Crer no único Deus”:

“Amado ouvinte!

Falamos nos encontros anteriores sobre a fé, que é dom de Deus, iniciativa dele e que exige uma resposta do homem, que seja livre, aberta, sincera e profunda ao convite amoroso de um Deus que ama infinitamente. Por isso, a partir de agora, nos próximos programas, vamos passar ponto a ponto, das verdades do nosso Credo, as verdades de nossa rica profissão de fé. Este Símbolo da Fé, o Credo, como é chamado, é o selo espiritual, a meditação do nosso coração e é, seguramente, o tesouro da nossa alma. Hoje falaremos sobre o primeiro artigo do Credo: Crer em Deus como Criador e Pai de tudo e de todos. Ele é único Deus e não há outro.

O capítulo primeiro do Catecismo da Igreja Católica, intitulado “Creio em Deus Pai” começa, no número 198, com uma importante introdução, que diz assim: “Nossa profissão de fé começa com Deus, pois Deus é “o Primeiro e o último" (Is 44,6), o Começo e o Fim de tudo. O Credo começa com Deus Pai, pois o Pai é a Primeira Pessoa Divina da Santíssima Trindade; nosso Símbolo da Fé (e quando falamos essa expressão Símbolo da Fé entenda o ouvinte como o nosso Credo) começa pela criação do céu e da terra, porque a criação é o começo e o fundamento de todas as obras de Deus”.

E logo no ponto seguinte, número 199, fala da importância desse primeiro artigo de nossa fé católica. Presta atenção, amado, amada ouvinte! Leio a citação literal: esta primeira afirmação "Creio em Deus" da profissão de fé é também a mais fundamental. O Símbolo inteiro fala de Deus, e, se fala também do homem e do mundo, e o faz pela relação que eles têm com Deus. Os artigos do Credo dependem todos do primeiro, da mesma forma que os mandamentos explicitam o primeiro deles. Os demais artigos nos fazem conhecer melhor a Deus tal como se revelou progressivamente aos homens. "Os fiéis fazem primeiro profissão de crer em Deus". Crer em Deus é o fundamento de tudo. É como uma construção, onde alicerçamos os pilares de um grande edifício. A base é acreditar em Deus e crer que ele é único Deus. Essa é a fé e a base da religião judaica e por isso também a base de nossa fé cristã. As demais verdades da fé serão o complemento desse único e forte fundamento: “Eu creio em Deus Pai, todo poderoso”.

Logo em seguida, o Catecismo fala da Unicidade de Deus, revelação na aliança com o Povo de Israel. Deus é único, só existe um Deus. "A fé cristã confessa que há Um só Deus, por natureza, por substância e por essência"[1].

E como não poderia deixar de ser, lembra, no número 201, o Shemá, palavra hebraica, que significa “ouvir”, escutar a Iahweh como o primeiro mandamento descrito em Deuteronômio, capítulo 6, que diz: “A Israel, seu eleito, Deus revelou-se como o Único: "Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor! Portanto, amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua força" (Dt 6,4-5). Note aqui, ouvinte, que antes de amar a Deus sobre todas as coisas, temos que ouvi-lo. Ouvir em sentido de obedecer significa amar sobre tudo e sobre todos. Logo depois do verbo “ouvir” está a seguinte frase nesse mandamento primordial ao Povo Eleito de Deus: O Senhor nosso Deus é o único Senhor! Esse é o desafio: reconhecer que Deus é único, absoluto. Não fazer ídolos é, portanto, o grande mandamento primeiro. Por meio dos profetas, Deus chama Israel e todas as nações a se voltarem para Ele, Único: "Voltai-vos para mim e sereis salvos, todos os confins da terra, porque eu sou Deus e não há nenhum outro!... Com efeito diante de mim se dobrar todo joelho, toda língua há de jurar por mim, dizendo: Só no Senhor há justiça e força".

Portanto, amado ouvinte. Nossa fé não significa somente crer em Deus. Mas acreditar que Ele é único, não existe outro. E aqui faço uma ponte para encerrar. Só Cristo é nosso Redentor. Como dizia São João Paulo II: “o único Redentor do Homem”.

A paz e a benção amado, amada ouvinte.

Até a próxima oportunidade.

Deus te abençoe”.

 

[1] Catech.R.1,22. In: CIC, n.200. 








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