2014-11-27 10:51:00

Portugal – uma reflexão sobre as relações entre a política e os negócios


Nos últimos dias as ondas de choque são muitas em Portugal após a bomba mediática e judicial que caiu na vida política portuguesa com a detenção e consequente prisão preventiva do ex-primeiro ministro José Sócrates por suspeitas de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais. O país acabou de levar um verdadeiro murro no estômago – disseram alguns comentadores – quando na noite desta segunda-feira o Eng. José Sócrates foi colocado em prisão preventiva após um interrogatório que durou três dias.

Após casos judiciais de grande importância e reveladores das relações perigosas entre a política e os interesses económicos, tais como, os casos face oculta, banco espírito santo e, mais recentemente, o caso dos vistos gold, os portugueses olham incrédulos para tudo isto e procuram respostas.

Para enquadrarmos melhor este problema das relações entre a política e os negócios recuperamos as declarações do Prof. José Miguel Sardica, Diretor da Faculdade de Ciências Humanas da UCP proferidas à Agência Ecclesia, curiosamente, dias antes da detenção do ex-primeiro ministro José Sócrates. Na entrevista o Prof. José Miguel Sardica começou por referir o facto de que mais de metade dos ministros que estiveram em funções ou estão em exercício desenvolveram atividade profissional na banca.

O historiador e diretor da Faculdade de Ciências Humanas da UCP considera que é fundamental que seja criado um quadro legal que suporte as incompatibilidades éticas na relação entre a política e os negócios.

O Prof. José Miguel Sardica na sua entrevista à Agência Ecclesia refere ainda que existe uma “zona cinzenta de economia de favores” em Portugal. Considera, assim, que a corrupção é “um tema central” nas atividades que envolvem a política e os negócios sendo favorecida quando a “distância entre negócios individuais e negócios públicos desaparece”. Refere ainda uma expressão que circula na sociedade portuguesa e que diz que ‘melhor do que ser ministro é ser ex-ministro’.

O tema das relações entre a política e os negócios está na ordem do dia em Portugal devido aos últimos desenvolvimentos judiciais. (RS)

 








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