Países que acolhem migrantes obtêm benefícios e vantagens, diz o Papa


Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco concluiu as audiências da manhã desta sexta-feira ao receber, na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de 300 participantes no VII Congresso Mundial da Pastoral dos Migrantes, acompanhados pelo Cardeal Antonio Maria Veglió, Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes. O Congresso, que se iniciou na última segunda-feira, 17, e se concluiu hoje, 21, com a audiência do Santo Padre, teve como tema: “Cooperação e desenvolvimento na Pastoral das migrações”.

Em seu discurso aos presentes, o Pontífice expressou seus sinceros sentimentos de apreço e gratidão pelo serviço e solicitude que dispensam aos homens e mulheres que, também em nossos dias, empreendem a “viagem da esperança” nas estradas da emigração.

Hoje, disse o Papa, não obstante os desenvolvimentos e as situações, por vezes penosas e até dramáticas, a emigração permanece ainda uma aspiração à esperança. Nas áreas oprimidas do planeta, onde a falta de trabalho impede a realização de uma existência digna, para muitas pessoas e suas famílias, é grande a ânsia de encontrar um futuro e uma vida melhor em outros lugares, apesar dos riscos, desilusões e insucessos, provocados pela crise econômica.

Referindo-se aos trabalhos destes dias de Congresso, que colocaram em discussão as dinâmicas de cooperação e desenvolvimento na pastoral das migrações, o Santo Padre disse:

“Vocês analisaram, antes de tudo, os fatores que provocam as migrações, de modo particular as desigualdades, a pobreza, o aumento demográfico, a crescente falta de emprego, as calamidades e mudanças climáticas, as guerras e as perseguições e a busca de trabalho das novas gerações em outras regiões do mundo. Os países que acolhem estas pessoas obtêm grandes benefícios e vantagens”.

Porém, esclareceu o Papa, tais benefícios são acompanhados de alguns problemas de integração, empobrecimento pela perda das “mentes” melhores, a fragilidade dos filhos que crescem sem pais, a ruptura de casamentos. Diante disso, os agentes pastorais desenvolvem uma função preciosa para o diálogo, a acolhida e a legalidade. E o Pontífice acrescentou:

“… É aqui que a Igreja tem uma palavra forte para dizer. A comunidade cristã está continuamente comprometida em acolher os migrantes e a partilhar com eles os dons de Deus, sobretudo o dom da fé; ela promove projetos na evangelização e na assistência aos migrantes; procura ser lugar de esperança, formação e sensibilização; defende os direitos dos migrantes”.

De fato, concluiu Francisco, a Igreja é mãe, sem confins e sem fronteiras; é mãe de todos e se esforça em fomentar a cultura da acolhida e da solidariedade.

Por sua vez, os migrantes, com a sua humanidade e seus valores culturais, ampliam o sentido da fraternidade humana. A sua presença é um grito à necessidade de se acabar com as desigualdades, as injustiças e os abusos. Eles podem contribuir para a construção de uma identidade mais rica da sociedade e estimular um maior desenvolvimento, criativo e respeitoso, da dignidade de todos. (MT)

 








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