Os Papas e a FAO: sinergia no combate à fome


Cidade do Vaticano (RV) – A visita do Papa Francisco à Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) desta quinta-feira, 20/11, entra para a história como parte da tradição dos pontífices em levar à Comunidade Internacional a preocupação – e as ações – da Igreja no combate à fome.

Tradição que teve início com Paulo VI em 1970, quando o pontífice foi à FAO por ocasião do aniversário de 25 anos de fundação da Organização. “A Igreja adere de forma desinteressada ao grandioso e complexo trabalho da FAO em promover uma ação internacional para fornecer alimento a todas as pessoas”, afirmara o Beato.

Nove anos mais tarde, São João Paulo II também ocuparia a tribuna para levar sua primeira mensagem à FAO: no total, foram 14 as mensagens de João Paulo II à agência.

Em 1979, após a visita às Nações Unidas em Nova Iorque, João Paulo II lembrou que a FAO foi a primeira Organização Intergovernamental com a qual a Santa Sé estabeleceu relações diplomáticas.

Por unanimidade, em 1948, a FAO concedeu à Santa Sé o status de Observador Permanente, único no seu gênero que garante à Santa Sé o direito não somente de participar nas conferências da FAO, mas também em outros aspectos da sua atividade e de ter direito à palavra, mesmo sem direito de voto. “Isso está em perfeita sintonia com a natureza da missão religiosa e moral da Igreja”, destacara João Paulo II.

Naquele longínquo início da década de 1980, João Paulo II incentivaria uma mudança de paradigma na luta contra a fome. “Terminou-se o tempo da tentativa de garantir o direito à alimentação com programas de ajuda realizados mediante a doação da produção excedente ou com programas de socorros urgentes ocasionais”.

Em 1992, João Paulo II também discursaria na 1ª Conferência Internacional sobre Nutrição, a mesma reunião que hoje, 22 anos mais tarde, se repete. João Paulo II falaria de um paradoxo que, infelizmente, ainda é uma realidade.

“Ouçam o grito de dor de milhões de pessoas diante do escândalo provocado pelo ‘paradoxo da abundância’ que constutui o principal obstáculo à solução do problema da nutrição da humanidade”.

Em 2009 novamente um pontífice voltaria à FAO. Bento XVI finalizaria seu discurso com um apelo: “a fome é o sinal mais cruel e concreto da pobreza. Não é possível continuar a aceitar opulência e desperdício, quando o drama da fome assume dimensões sempre maiores”.

O Papa emérito enfatizaria mais uma vez o papel da Igreja na luta contra a fome. “A Igreja não tem a intenção de interferir nas opções políticas. Respeitadora do saber e dos resultados alcançados pelas ciências, assim como das escolhas determinadas pela razão, quando as mesmas são esclarecidas de maneira responsável por valores autenticamente humanos, ela une-se ao esforço para erradicar a fome”. (RB)








All the contents on this site are copyrighted ©.