Papa encontra jovens no Vaticano para Simpósio


Cidade do Vaticano (RV) – Hoje, no mundo, 30 milhões de homens, mulheres e crianças são enganados e vendidos como escravos, obrigados a vários tipos de ‘trabalho’, e a cada ano que passa, mais 3 milhões de pessoas são escravizadas.

Jovens de 28 países estiveram reunidos no Vaticano para um Simpósio sobre prostituição e tráfico de seres humanos.

O evento se realizou neste sábado e domingo, na sede da Pontifícia Academia das Ciências, inspirado nas palavras pronunciadas pelo Papa Francisco na Catedral do Rio de Janeiro, quando pediu que os jovens “façam barulho”.

Entrevistado pela RV, Dom Marcelo Sánchez Sorondo, Secretário da Academia, disse que “o melhor educador para um jovem é outro jovem. Se os jovens que sofreram alguma forma de escravidão, principalmente no âmbito da prostituição, comunicarem como é a violência e como é extensa, seriam os melhores educadores para seus pais, irmãos e outros jovens”.

“A escravidão moderna é o pior efeito da globalização da indiferença”, denunciou Dom Sorondo, na abertura do Simpósio. 

O objetivo do simpósio foi reforçar o compromisso dos jovens na sensibilização da opinião pública sobre a gravidade e as repercussões do tráfico humano. 
“Não basta ser cristão, tem que se comprometer: foi o que disse o Papa Francisco aos jovens reunidos o Simpósio. A visita do Papa à sede da Pontifícia Academia das Ciências não estava programada e ocorreu na tarde de domingo, 16 de novembro, na conclusão dos trabalhos.

A luta contra o tráfico, disse o Papa, é uma luta que todos somos chamados a empreender. Trata-se de uma luta contra este movimento que considera a pessoa um objeto de uso e, depois, de descarte.

“Estamos certamente numa época em que a pessoa humana é usada como objeto e acaba sendo material de descarte. Aos olhos de Deus, não existe material de descarte, mas somente dignidade. A inquietação que vocês trazem é finalizada a resgatar do descarte. Engajar-se é dar a vida”, disse Francisco.

O Papa citou um humorista argentino, Luis Landriscina, para explicar a diferença entre colaborar e se comprometer.

“A vaca, quando nos dá o leite, colabora para a nossa alimentação. Com o leite, fazemos o queijo. Mas para fazer um sanduíche, é preciso também do presunto. Neste caso, o porco não colabora, ele se compromete dando a sua vida para nos dar o alimento. Comprometer-se é dar a vida. E a vida só tem sentido se alguém está disposto a vivê-la pelo bem dos demais. Gosto de ver tantos jovens que têm esta vontade de se comprometer. E esta luta por recuperar a dignidade das pessoas exige compromisso. Todos têm que colaborar, mas os cristãos têm que se comprometer.”

Foram convidados jovens engajados em seus países contra essa chaga. Do Brasil, participam dois representantes da ONG “Instituto Papai”, do Recife, que trabalha em prol da eliminação das desigualdades de gênero. Uma das palestrantes será a jovem Natália Cordeiro Guimarães, de 21 anos, que falou no domingo sobre “Comércio sexual e masculinidades”.

Outro participante é Wagner Montenegro, de 25 anos, que entrevista à Rádio Vaticano definiu este Simpósio “um marco” para ONG: 
Diferentemente de outras organizações que trabalham contra a exploração sexual, o Instituto Papai orienta sua ação para mudar a mentalidade dos homens. Seus integrantes saem às ruas do Recife e arredores, nos locais de maior concentração de violência, para fazer dos homens aliados nesta luta, como explica Wagner Montenegro. (BF-CM-SP)








All the contents on this site are copyrighted ©.