Cidade do Vaticano (RV) – Na missa da manhã desta quinta-feira, 06, o Papa refletiu sobre duas parábolas: a da ovelha perdida e a da moeda perdida. Os fariseus e os escribas se escandalizaram porque Jesus “acolheu os pecadores e comeu com eles, o que era um verdadeiro escândalo naqueles tempos”.
“Estas duas parábolas” – explicou Francisco – “nos mostram como é o coração de
Deus. Deus não para, não vai só até certo ponto, mas vai até o fundo, no limite; não
para no meio do caminho da salvação. Não diz: “Eu fiz tudo, agora o problema é deles”.
Ele vai, sai”.
Os fariseus e os escribas, por sua vez, param no meio. Eles se importavam somente
que o balanço das perdas e ganhos fosse mais ou menos favorável, e ficavam tranquilos.
Isto não entrava na cabeça de Deus, Deus não é um negociante, Deus é Pai e salva até
o fim, até o limite. O amor de Deus é isso”.
“É triste o pastor que abre a porta da Igreja e fica ali, esperando. É triste o cristão
que não sente dentro, no coração, a necessidade de contar aos outros que o Senhor
é bom. Mas quanta perversão existe no coração daqueles que se crêem justos, como os
escribas e os fariseus... É, eles não queriam sujar suas mãos com os pecadores. Lembram-se
do que pensavam? ‘Se ele fosse profeta, saberia que ela é uma pecadora’. Usavam as
pessoas e depois as desprezavam”.
“Ser um pastor ‘pela metade’ – disse ainda o Pontífice – é uma derrota. Um pastor
deve ter o coração de Deus, ir até o limite, porque não quer que ninguém se perca”.
“O verdadeiro pastor, o verdadeiro cristão tem este zelo interior: que ninguém se
perca. E por isso não tem medo de sujar as mãos. Não tem medo. Vai aonde tem que ir.
Arrisca sua vida, sua fama, arrisca perder a sua comodidade, o seu status, perder
também na carreira eclesiástica, mas é bom pastor. Também os cristãos devem ser assim.
É tão fácil condenar os outros, como faziam os publicanos, os pecadores. É tão fácil,
mas não é cristão, eh? Não é comportamento de filhos de Deus. O Filho de Deus vai
ao limite, dá a vida pelo outros, como fez Jesus. Não pode ficar tranquilo, protegendo
si mesmo: a sua comodidade, a sua fama, a sua tranquilidade. Lembrem-se disso: que
jamais existam pastores e cristãos que ficam no meio do caminho!
“O bom pastor, o bom cristão – conclui o Papa - sai, está sempre em saída: está em
saída de si mesmo, em saída rumo a Deus, na oração, na adoração; está em saída rumo
aos outros para levar a mensagem de salvação”. E o bom pastor e o bom cristão conhecem
o que é a ternura:
“Esses escribas, fariseus não sabiam o que significa carregar a ovelha sobre os ombros,
com ternura, e reconduzi-la a seu lugar, junto às outras. Essas pessoas não sabiam
o que é alegria. O cristão e o pastor do meio do caminho talvez conheçam a diversão,
a tranquilidade, mas não a verdadeira alegria que vem de Deus, que vem para salvar!
É belo não sentir medo de quem fala mal de nós para encontrar os irmãos e irmãs que
estão distantes do Senhor. Peçamos esta graça para cada um de nós e para a nossa Mãe,
a Santa Igreja”.
(BF/CM)
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