2014-11-05 14:45:00

Acção coordenada e eficiente da Igreja contra Ebola - Caritas Internationalis



Perante o difundir-se do vírus Ébola na África Ocidental, é necessário uma intervenção mais ampla e coordenada. Por esta razão a Caritas Internacional convocou terça-feira, 4 de Novembro, em Roma, uma conferência destinada a todas as Congregações religiosas e às organizações de inspiração católica activas nos países atingidos por esta epidemia. Sensibilização e prevenção, mas também segurança alimentar e aproximação pastoral, são as prioridades das intervenções previstas. 

Mais de cinco mil mortos e cerca de 14 mil contagiados pelo vírus. Mas, os dados podem ascender a um milhão, sublinha a Caritas Internacional, recordando que esta doença tem um taxa de mortalidade que ronda os 60%. Tudo depende como são articuladas as medidas de luta contra o vírus. 

A resposta da Igreja foi tempestiva em termos de medidas sanitárias: tem havido empenho na sensibilização através também de 2.600 spot radiofónicos e o envio de um milhão de sms, a distribuição de kits sanitários a famílias – 53 mil até agora na Guiné Conacri e Serra Leoa e em lugares públicos. A Caritas tem também levado a cabo de forma capilar uma assistência alimentar às pessoas isoladas em quarentena. O objectivo desta organização é poder assistir nos próximos dias cerca de 1.500 famílias na Serra Leoa e 1.250 na Guiné Conacri. Esta é a nova emergência  - explicou D. Robert Vitillo, conselheiro especial da Caritas Internacional na área da saúde: 

“A situação é que essas pessoas não podem sair de casa e o governo ou a paróquia têm, portanto, de lhes algo para comer, mas é sempre só por 21 dias… Mas se uma pessoa adoece, o período de quarentena é aumentado para todos. Por isso é necessário ter um sistema que garanta a alimentação necessária e de distribuição às comunidades locais”

Tragédia na tragédia, sublinha a Caritas internacional, são os mais de 3.700 órfãos isolados em casas ou, pior ainda, em institutos de cura: 

“Muitos se encontram nesses centros de tratamento contra Ébola. Alguns deles estavam contaminados. Mas outros não. Permanecem, contudo, bloqueados nesses centros de isolamento que são o pior lugar para uma criança sã, porque pode ser infectada. Pedimos, portanto, a todos os institutos, como por exemplo as Irmãs de Madre Teresa de Calcutá, e outros para tomarem conta dessas crianças que ficaram sem os pais.”

Além disso, serve em África, seja material, seja formação continua para o pessoal médico, a fim de evitar a contaminação. A Caritas vê encara esta emergência sanitária em África com uma verdadeira crise regional, social e económica sem precedentes, mas subestimada até ao momento. Perante isso, a acção da Igreja, afirmou a Caritas na Conferência, há que proceder de forma coordenada e eficaz. 

“Antes de mais é necessário reconfirmar o papel das Igrejas nesta matéria. Nós temos de estar ao lado dos pobres, ao lado dessas pessoas que estão doentes e que são excluídas. Espero também que consigamos pôr tudo em conjunto: muitas vezes na Igreja fazemos um bom trabalho, mas não fazemos juntos. É, portanto, necessário uma colaboração entre nós, instituições católicas”. 

As directivas desta acção ainda nas palavras de Mons. Vitillo:

“ Antes de mais, educação social e depois manter abertas as clínicas e os hospitais da Igreja, a fim de que possamos assegurar a saúde a toda a população. Depois, temos de responder às pessoas não só com tratamento directo, mas também do ponto de vista pastoral. É preciso pensar no futuro desses países”. 








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