Zâmbia: morreu em Londres o Presidente Michael Sata
O Presidente
da Zâmbia, Michael Sata, morreu nesta terça-feira à noite em Londres, onde estava
hospitalizado para tratamento médico. Tinha 77 anos e guiava os destinos do País desde
2011. A notícia da sua morte foi confirmada à agência MISNA por fontes do Partido
no poder, a Frente Popular (PF), em Lusaca. Sata há muito estava com a saúde debilitada,
ao ponto de saltar empenhos oficiais, como a participação na última Assembleia Geral
da ONU e no dia 19 de outubro havia deixado o País, acompanhado pelos familiares mais
próximos para ser internado no hospital Edward VII, da capital britânica . Isto lhe
havia impedido de participar também nas cerimónias do quinquagésimo aniversário da
independência do país, a 24 de outubro. Nascido em 1936 na então colónia britânica
da Rodésia do Norte, educado em escolas católicas, segundo vários meios de comunicação
do Reino Unido, na sua juventude, ele teria trabalhado numa estação ferroviária em
Londres, como servente e em várias fábricas de automóveis, antes de voltar para a
Zâmbia e alistar-se na polícia local. A sua carreira política tinha começado no partido
único de então – o Partido Unido para a Independência Nacional, UNIP - do qual havia
sido governador de Lusaca e deputado mas, com a introdução do multipartidarismo,
também havia militado no movimento de oposição MMD (Movimento para a Democracia Multipartidária),
antes de fundar a Frente Popular. Conhecido pelo apelido "Rei Cobra" pelo seu estilo
de comunicação, Sata tinha-se candidatado quatro vezes para a Presidência da República,
mas fora eleito apenas em setembro de 2011, derrotando o então presidente Rupiah
Banda. E agora se abre o problema da sucessão constitucional. Segundo alguns, o lugar
do Presidente não pode ser tomado pelo seu vice Guy Scott, branco, por ser de origem
europeia, embora tenha nascido na Zâmbia. Durante a última ausência de Sata os poderes
presidenciais foram exercidos pelo Ministro da Defesa Edgar Lungu. (BS)