2014-10-27 16:38:54

João Paulo II, o Papa que rezava diariamente pelos funcionários do Vaticano


Cidade do Vaticano (RV) – João Paulo II era um místico que acreditava na força da sua oração. Assim, o vaticanista polonês Wlodzimierz Redzioch descreve Karol Wojtyla de quem foi colaborador por muito tempo. Em ocasião da primeira Festa de São João Paulo II, na semana passada, em 22 de outubro, Redzioch salientou a dimensão da oração em Papa Wojtyla.

Redzioch “Não se pode compreender João Paulo II sem falar da oração, sem falar dele como um místico, porque João Paulo II tinha uma relação mística com o Senhor. As primeiras vezes que eu ia à capela privada para a Missa e via o Papa no genuflexório, era uma coisa que me agitava: ele rezava com todo o corpo, com expressões faciais; às vezes levantava a cabeça para o alto, como se visse alguém, como se conversasse com alguém. Sobre o genuflexório, ele tinha um maço de notas: eram os pedidos das pessoas, que solicitavam as coisas concretas... O papa não rezava em modo abstrato, mas para coisas concretas, pedidos das pessoas. Uma vez, um colaborador dele encontrou uma página dupla da edição polonesa do ‘L’Osservatore Romano’ com a gráfica da Cúria e com todos os nomes dos colaboradores da Cúria, e questionou o Papa para que servia, pensando que o Papa estudasse o organograma vaticano. O Papa disse candidamente: “Mas eu, todos os dias, rezo por cada um de vocês!”

Rádio Vaticano – Há um aspecto da sua santidade que gostaria de ressaltar?

Redzioch O primeiro, a sua pobreza. Por toda a vida, a família de Wojtyla foi pobre, inclusive quando jovem, quando Wojtyla se tornou sacerdote, ele não tinha nada. A coisa mais importante é que ele não valorizava as coisas materiais. Quando estava nos Palácios de Cracóvia, da Cúria ou do Pontifício, ele usava coisas, mas de pessoa não tinha nada... Um outro aspecto é o misticismo de Karol Wojtyla: é muito difícil falar da vida mística, porque são coisas tão profundas, tão íntimas. Eu pensei que seria possível aproximar Wojtyla místico através da poesia dele. E porque propriamente através da poesia dele? Porque qualquer outro escrito – os documentos, as Encíclicas, as homelias e qualquer outro escrito – foi direcionado a alguém. Wojtyla também era um poeta e as poesias ele as escreveu para si mesmo: a poesia é um desabafo da alma. Se quisermos entender Karol Wojtyla místico, deveríamos ler e reler as poesias dele.” (AC)








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