2014-10-20 18:28:36

Consistório: a urgência da paz na região médio-oriental e da proteção dos cristãos e das minorias


RealAudioMP3 Cidade do Vaticano (RV) - O Oriente Médio precisa urgentemente redefinir seu futuro: essa foi, em síntese, a reflexão que emergiu nos pronunciamentos dos participantes do Consistório dedicado também à questão médio-oriental.

Os cerca de trinta pronunciamentos dos cardeais e patriarcas reiteraram a urgência da paz na região e da tutela dos cristãos e das minorias, sobretudo no que tange ao direito à liberdade religiosa.

Iraque, Síria, Egito, Terra Santa e Líbano: esses foram alguns dos países que fizeram ouvir a sua voz na Sala do Sínodo, através dos pronunciamentos dos respectivos patriarcas e cardeais.

Em geral, foram reiterados alguns princípios: a exigência da paz e da reconciliação no Oriente Médio, a defesa da liberdade religiosa, o apoio às comunidades locais, a grande importância da educação para criar novas gerações capazes de dialogar entre si, e o papel da comunidade internacional.

Em relação ao primeiro ponto foi destacado que o Oriente Médio precisa urgentemente redefinir seu futuro.

Foi ressaltada a importância de Jerusalém como "capital da fé" para as três grandes religiões monoteístas e logo depois foi evidenciada a necessidade de se chegar a uma solução para os conflitos israelense-palestino e sírio.

Diante das violências perpetradas pelo autoproclamado Estado islâmico foi reiterado que não se pode matar em nome de Deus.

Em relação à liberdade religiosa foi evidenciado que a liberdade de religião, junto à de culto e de consciência, é um direito humano fundamental, inato e universal, um valor para a humanidade inteira.

Junto a tal direito foi ressaltada também a exigência que sejam reconhecidos aos cristãos todos os direitos civis dos outros cidadãos, sobretudo nos países em que atualmente a religião não é separada do Estado.

Ademais, em relação ao apoio às comunidades locais da região foi reiterado que um Oriente Médio sem cristãos seria uma grave perda para todos, por que eles têm um papel fundamental na manutenção do equilíbrio da região e no grande empenho no setor educacional.

Portanto, é essencial encorajar os cristãos a fim de que permaneçam no Oriente Médio e perseverem em sua missão, mesmo porque eles sempre contribuíram para o bem-estar dos países em que vivem.

Nesta ótica, foi feita uma reflexão também em relação ao problema da migração dos cristãos: eles devem encontrar acolhimento nas igrejas e nos Estados para aonde emigram com votos que tenham também estruturas pastorais adequadas para os vários ritos.

Além disso, foi pedido que se continue enviando ajudas humanitárias para o Oriente Médio, a fim de que os cristãos sejam encorajados a permanecer em seus lugares e que se cultivem as várias manifestações de solidariedade possíveis por parte das Igrejas de outros países, inclusive com viagens e peregrinações.

Quanto à educação, observou-se que em muitos países médio-orientais os livros didáticos não falam de modo positivo das religiões diferentes daquela de Estado e que é necessária uma reflexão sobre este ponto por parte das instituições locais.

Nesta ótica, auspiciou-se o diálogo inter-religioso com os muçulmanos, a partir da base comum da razão, e uma intensa cooperação ecumênica, a fim de que todas as Igrejas do Oriente Médio façam ouvir uma única voz.

Em particular, pediu-se à comunidade internacional que assegure aos refugiados cristãos a possibilidade de voltar, o quanto antes, para suas casas, criando "zonas de segurança", por exemplo, na Planície do Nínive, no Iraque.

Por fim, foi feito um apelo em favor de todas as pessoas sequestradas no Oriente Médio, a fim de que o mundo não se esqueça delas. (RL)







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