Beatificação de Paulo VI – o Papa que instituiu o Sínodo dos Bispos
Na manhã deste
domingo, dia 19, pelas 10.30h de Roma, será celebrada na Praça de S. Pedro a Beatificação
do Papa Paulo VI. Pontifice de grande inteligência e cultura teve uma ação absolutamente
fundamental na conclusão do Concílio Vaticano II iniciado por João XXIII. A sua Exortação
Apostólica Evangelii Nuntiandi publicada em dezembro de 1975 é considerada pelo Papa
Francisco o mais importante documento da Igreja sobre pastoral.
Em entrevista
ao nosso colega da redação italiana da Rádio Vaticano Alessandro Gisotti, o Padre
Angelo Maffeis, presidente do Instituto Paolo VI, considera que o Papa Montini interpretou
o Concílio como um exame de consciência que devia afinar a consciência da Igreja,
da sua identidade e missão e renovar o modo de propor a mensagem evangélica, as estruturas
e o modo de agir da Igreja. O Padre Maffeis sublinhou ainda nesta entrevista a
feliz coincidência da Beatificação de Paulo VI acontecer no dia em que se encerra
o Sínodo sobre a Família, pois foi o Papa Paulo VI quem instituiu este organismo da
Igreja. Foram estas as suas palavras:
“ Creio que seja feliz esta coincidência
que vê a cerimónia de Beatificação de Paolo VI coincidir com a conclusão da assembleia
extraordinária do Sínodo dos Bispos. O Sínodo dos Bispos é uma instituição que Paulo
VI quis como continuação daquela solidariedade, daquele intercâmbio, daquele confronto
no interior do corpo episcopal que no Vaticano II tinha encontrado uma sua expressão
muito alta, mas que tinha que encontrar caminhos para exprimir-se na vida ordinária
da Igreja. Na linha da reflexão sobre a missão da Igreja que Paulo VI desenvolver,
um elemento de continuidade que o Papa Francisco recorda com este pontificado é certamente
representado pela exortação Evangelii Nuntiandi que me parece unir esta consciência
do grande tesouro que a Igreja recebeu – e que deve proclamar com absoluta fidelidade
– ao dom que lhe foi concedido, mas ao mesmo tempo esta sensibilidade pela situação
contemporânea, pela cultura, pela realidade social em que a Igreja se encontra a cumprir
a sua missão.” (RS)