2014-10-17 17:55:23

Papa Montini, homem de extraordinária atualidade, diz Card. Re


Cidade do Vaticano (RV) – Realizou-se na Sala de Imprensa da Santa Sé, por ocasião da beatificação do próximo domingo, um briefing sobre Paulo VI. Pronunciaram-se no encontro, entre outros, o Prefeito Emérito da Congregação para os Bispos, Cardeal Giovanni Battista Re e o Postulador da Causa de Beatificação, Padre Antonio Marrazzo. No início do encontro o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, informou que está prevista a participação de Bento XVI na cerimônia, que também concluirá o Sínodo Extraordinário para a Família.

Paulo VI esteve no centro do encontro com os jornalistas. Um Papa genial, comprometido no diálogo com todos, dotado de uma grande espiritualidade, afirmou o Cardeal Giovanni Battista Re, bresciano como Montini e seu ex-colaborador. O purpurado sublinhou o papel fundamental desempenhado por Paulo VI em levar o Concílio Vaticano II à sua conclusão, para a seguir recordar que se deve a Montini a instituição do Sínodo. O Cardeal Re acentuou a modernidade encarnada pelo estilo e ação pastoral do novo Beato:

“Poucos como ele souberam entender as ansiedades, as expectativas e as aspirações dos homens e das mulheres de nosso tempo. Foi muito sensível aos desafios que a modernidade colocava à fé e nisto revelou-se um grande homem de diálogo”.

O Cardeal Re recordou que Paulo VI foi o primeiro Papa a viajar ao exterior, com a histórica peregrinação à Terra Santa em janeiro de 1964. Paulo VI, definido pelo Papa Francisco como “a minha luz”, durante a sua juventude, foi um Papa próximo aos pobres. Fez vender sua tiara e o dinheiro obtido foi doado a Madre Teresa, para os seus pobres na Índia. Além disto, reformou profundamente a Cúria Romana. O Cardeal Re desejou que a Beatificação leve à redescoberta de Paulo VI:

“O desejo é justamente este: que a beatificação de Paulo VI sirva para fazer conhecer mais este Papa e também em fazer acolher a grande mensagem que nos vem de toda a sua vida, que foi realmente rica de espiritualidade”.

Padre Marrazzo, por sua vez, recordou que não se beatifica somente o Papa, mas todo o homem Giovanni Battista Montini, evidenciando que Paulo VI sempre defendeu a vida, e o que é tocante portanto, é que o milagre que lhe permitiu subir às honras dos altares é justamente a cura de um feto gravemente doente, na 24ª semana, fato ocorrido há 13 anos nos Estados Unidos. O Postulador da Causa contou o final feliz do ocorrido após a oração dos pais a Paulo VI:

“Praticamente na 24ª semana de gravidez, tivemos uma regressão espontânea da patologia. E não somente: na 39ª semana a criança nasce, após 15 semanas de oração e de esperança, nasce em boas condições, completamente são com uma espontânea atividade de choro e de respiração”.

A criança, de 13 anos, é saudável. O Postulador explicou após, que nem ele, nem os seus pais – por questões de privacidade – estarão presentes na Beatificação. A imagem de Paulo VI que estará no tapete a ser exposto na fachada da Basílica é de uma fotografia de Peli Merisio e retrata Montini sorridente com as mãos elevadas em direção ao céu.

Também foi informado no encontro que o corpo do Beato permanecerá na sepultura atual, nas Grutas Vaticanas. A relíquia a ser apresentada ao Papa Francisco durante a celebração será uma teca, uma malha, manchada com sangue, que Paulo VI vestia em Manila quando sofreu um atentado.

Os representantes da Diocese de Brescia, Padre Lanzoni, e de Milão, Padre Milani, falaram de diversas iniciativas ligadas à beatificação. Em Brescia, terra natal do Beato, será realizado um Ano Montiniano que terá início no domingo da beatificação e se prolongará até 8 de dezembro de 2015. Em todas as paróquias brescianas e ambrosianas serão celebradas vigílias de oração. (JE)








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