Belém (RV) - Fé e devoção foram os sentimentos que moveram mais de 2 milhões
de pessoas na procissão do Círio de Nazaré pelas ruas de Belém, no Pará, neste segundo
domingo de outubro, 12. A berlinda chegou à Praça Santuário, onde foi celebrada a
missa de encerramento da procissão, às 11h45. Durante o trajeto de 3,6 km percorridos
da Catedral de Belém até a Praça Santuário, a imagem peregrina de Nossa Senhora de
Nazaré recebeu homenagens de católicos que transformaram as ruas da capital paraense
em um mar de gente, que rezando e catando fizeram a edição 222 do Círio de Nazaré
emocionante.
Com o tema “Ensina teu povo a rezar”, os fieis agradeceram graças
alcançadas e pediram a intercessão da Rainha da Amazônia em causas consideradas impossíveis.
Quem vem de outros estados se impressiona com a grandiosidade da festa religiosa,
declarada Patrimônio Cultural da Humanidade e considerada a maior procissão católica
do mundo.
Tradição
O Círio de Nazaré iniciou por volta das 6h20, após
o arcebispo metropolitano Dom Alberto Taveira Corrêia presidir uma missa na Catedral
de Belém. A procissão de domingo é a sexta e mais importante das 12 romarias oficiais
da quadra nazarena.
História
A primeira procissão do Círio de Nossa
Senhora de Nazaré saiu na tarde do dia 8 de setembro de 1793. O Círio passou a ser
realizado pela manhã em 1854, devido às fortes chuvas que caíam à tarde. A partir
de 1882, o bispo Dom Macedo Costa, de comum acordo com o Presidente da Província,
Dr. Justino Ferreira Carneiro, resolveu que o ponto de partida seria a Catedral da
Sé, o que acontece até os dias atuais.
“O Círio de Nazaré jamais poderá ser
retirado do calendário do Brasil e do mundo. Isso é um presente, poder entrar no coração
dos paraenses e cantar o que um mineiro sente no Círio. Quanto mais eu venho aqui,
mais eu me identifico com essa terra, com essa festa e com o povo”, disse o Padre
Fábio de Melo, que este ano participou da procissão na Varanda de Nazaré junto com
outras celebridades.
São inúmeros os milagres atribuídos pelos cristãos a Nossa
Senhora de Nazaré. O primeiro conhecido no mundo foi o relatado pelo fidalgo português
Dom Fuas Roupinho, que ao invocar a Virgem foi salvo da morte. Como agradecimento
de alguns desses milagres, são levados no Círio carros onde os romeiros depositam
seus objetos de promessas que carregam durante a procissão. (O Globo-CM)