"Testemunhos fecundos que geram vida" - Papa na Missa de ação de graças pela canonização
de Francisco de Laval e Maria da Incarnação, evangelizadores do Québec
Neste domingo
12 de Outubro o Papa Francisco presidiu, na Basílica de São Pedro, a uma Missa solene
de agradecimento pela canonização, ocorrida a 3 de Abril passado, de Francisco de
Laval, primeiro bispo do Québec, que viveu entre 1623 e 1708 e de Maria da Incarnação,
uma religiosa orsolina, francesa, falecida em 1672, com 73 anos de idade, considerados
os fundadores da Igreja no Québec.
O Papa centrou a sua homilia na figura
do missionário. Partindo das palavras do profeta Isaías, segundo as quais “O Senhor
Deus enxugará as lágrimas em cada rosto”, o Papa disse que estas palavras de esperança
indicam a meta em direcção à qual caminhamos; palavras que delineiam a vocação dos
missionários.
“Os missionários são aqueles que, dóceis ao Espírito
Santo, têm a coragem de viver o Evangelho” - disse o Papa – Os missionários
são aqueles que dirigiram o olhar a Cristo crucifixo, acolheram a sua graça e não
a mantiveram só para si (…) com a força de Deus tiveram a coragem de “sair” pelas
vias do mundo com confiança no Senhor que os chama”
Recordando depois
que a missão evangelizadora da Igreja é essencialmente anuncio do amor, da misericórdia
e do perdão de Deus, o Papa frisou que os missionários serviram a Missão da Igreja,
levando a todos os mais pequenos e mais longínquos, o Pão da Palavra de Deus, o dom
inexaurível do amor que brota do próprio coração do Salvador.
“Assim foram
são Francisco de Laval e Santa Maria da Incarnação” – prosseguiu o Pontífice,
deixando dois conselhos aos peregrinos canadianos: em primeiro lugar a fazerem memória
daqueles que lhes anunciaram a Palavra de Deus, a olharem para o êxito da sua vida
e a imitarem a sua fé, pois que são “testemunhos fecundos que geram vida”.
Em segundo lugar a recordarem-se daqueles primeiros dias em que depois
de terem recebido a Palavra de Cristo, tiveram de suportar uma luta grande e penosa.
O Papa exortou-os a perseverarem nesse caminho com franqueza, e recordou-lhe que prestar
homenagem àqueles que sofreram para lhes levaram o Evangelho, significa levar para
a frente a boa batalha da fé, com humildade, sem alaridos e com a misericórdia na
vida de cada dia. E continuou:
“Memória daqueles que nos precederam,
daqueles que fundaram a nossa Igreja, a Igreja fecunda do Quebec, fecunda em tantos
missionários que foram por todo o lado; o mundo foi enchido de missionários canadianos
como estes dois”.
Que esta memoria, aconselhou o Papa “não nos
leve a abandonar a franqueza, a coragem, porque o diabo” – disse – “é invejoso
e não tolera que uma terra seja tão fecunda de missionários”. E pediu orações
a fim de que “o Quebec volte a percorrer o caminho da fecundidade, a dar ao mundo
tantos missionários. "E estes dois que fundaram, por assim dizer, a Igreja do Quebec
nos ajudem como intercessores; que a semente que eles semearam cresça e dê frutos
de novos homens e mulheres corajosos, clarividentes com o coração aberto à chamada
do Senhor”.
O Papa acrescentou ainda que é isto que se deve pedir
hoje para o Quebec: “que volte a ser aquela fonte de bons e santos missionários”
. E recordou aos canadianos que este é o significado da sua peregrinação: fazer com
que essa memória dos missionários “nos sustenha no caminho em direcção ao futuro,
em direcção à meta quando o Senhor enxugará as lágrimas em cada rosto”