Síria: ainda sem notícias sobre o sequestro de franciscano
Aleppo (RV) – São horas de grande apreensão na comunidade cristã da Síria pelo
destino do Padre Hanna Jallouf, frade menor franciscano sequestrado, talvez por membros
do movimento jihadista Jahbat Al-Nusra, junto com cerca 20 paroquianos entre os dias
5 e 6 de outubro passado, no vilarejo cristão de Knayeh ao longo da fronteira com
a Turquia. As notícias ainda são fragmentárias, mas o episódio é emblemático devido
à condição vivida pelas comunidades cristãs da Síria no caos do conflito. É quanto
explica aos microfones da Rádio Vaticano o Bispo franciscano, Dom Georges Abou Khazen,
Vigário Apostólico de Aleppo:
R. - "O Padre Hanna há três anos e meio ajudava
todos, todos os grupos, independentemente da sua religião ou política, portanto, era
um homem para todos. Agora ocorreu este fato e o que mais nos entristece é que não
há nada de certo. Sabemos apenas que domingo à noite vieram e o seqüestraram de dentro
convento e junto com ele levaram cerca de vinte pessoas do vilarejo. Quem o levou,
o que querem? Nós não sabemos e esta incerteza nos causa angustia. No entanto, como
sempre fez a Igreja, especialmente os primeiros discípulos, esperamos, rezando para
que o Senhor ilumine as mentes dessas pessoas".
P. – Há notícias recentes
sobre o grupo de pessoas sequestrado? R. – "As notícias mais recentes de horas
atrás confirmam a libertação das mulheres que haviam sido sequestradas. E isso é um
bom sinal, significa que, pelo menos, que não há más intenções".
P. - A
atitude da comunidade, parece que sempre foi de abertura e colaboração ... R.
– "Isso nós faremos sempre, com a graça de Deus. Esta abertura nós a tomamos também
como missão: faz parte da nossa natureza cristã ser aberto a todos e também um meio
de reconciliação para todos. Porque se também nós somos um grupo como os outros, então,
quem pode reconciliar? Pelo menos estamos ali, talvez não temos essa grande influência,
mas somos uma luz na escuridão dessa violência, dessa guerra realmente absurda. Somos
nós, como Igreja, como cristãos, e isso nós queremos continuar a ser. E por isso também
pedimos as orações dos demais, para continuar a viver a nossa fé, para continuar a
ser um sinal de esperança e reconciliação, principalmente de reconciliação". (SP)