Brasil tem a quinta maior comunidade de italianos no exterior
Roma (RV) – O Relatório ‘Italianos no Mundo 2014’ da Fundação Migrantes da
Conferência Episcopal Italiana foi apresentado nesta terça-feira (7), em Roma. O presidente
da entidade, Dom Francesco Montenegro, apresentou o documento, observando que ‘humildade
e bons instrumentos’ servem “a quem trabalha no mundo da acolhida para administrar
um fenômeno complexo como a migração.” A obra compreende 500 páginas dedicadas ao
passado e ao presente dos emigrantes italianos, que somaram mais de 94 mil só em 2013.
Os residentes no exterior são 4 milhões e meio.
As comunidades no exterior
com maior número de cidadãos italianos continuam ficando na Argentina, na Alemanha,
na Suíça, na França e no Brasil. Então, efetivamente, os italianos continuam se transferindo
para diferentes lugares no mundo, levando a sua própria identidade, riqueza e profissionalismo.
Foram somadas 186 destinações diferentes.
A mobilidade italiana interna cresce,
mas, sobretudo, em direção ao exterior para encontrar condições melhores de vida devido
à recessão. Os considerados ‘migrantes econômicos’ que partem são mais do que os migrantes
de guerra que chegam. “Jamais considerá-los somente números, mesmo que sejam os dados
a nos ajudar. São pessoas que partem por necessidade. O Relatório também quer fazer
crescer a cultura do respeito da diversidade”, comentou Dom Montenegro, que acrescentou:
“o fato que eu, italiano, precise ir embora para poder viver um pouco mais serenamente,
deve me ajudar a entender que também outros têm o mesmo desejo. Então, mesmo sendo
credente ou não, ver um homem que diz ‘ajude-me’, e pensar que inclusive o meu irmão
italiano está indo para outro lugar para dizer ‘ajudem-me’, então, isso deve realmente
me colocar numa situação de paridade. Nós não somos aqueles que temos somente uma
civilização, nós somos aqueles que querem colocar à disposição a riqueza cultural
e civil, por poder compartilhá-la com os outros”.
A curadora do Relatório,
Delfina Licata, explicou que a migração se refere a “pessoas que talvez, no exterior,
além de procurar maior profissionalização ou trabalho, procuram também a possibilidade
de realizar do próprio desejo de família; coisa que, num outro modo, não seria propriamente
possível. Eles partem, principalmente, das regiões do Norte, e são acima de 40%”.
“É
um escândalo que a Itália não seja atrativa como outros Países”, disse o subsecretário
do Ministério do Exterior, Mario Giro, “mesmo se a emigração italiana tenha sido sempre
um grande sucesso” e “merece uma reavaliação”. Ao Relatório são atribuídas duas propostas:
encontrar palavras certas para descrever o fenômeno e repensar a representação no
exterior em pleno período das novas formas de mobilidade. (AC)