2014-10-07 15:51:57

Boko Haram na Nigéria: em dois meses190 mil deslocados e 185 igrejas destruídas


Jos (RV) – Mais de 190 mil pessoas obrigadas a fugir e 185 igrejas destruídas. Este é o balanço das violências perpetradas pelo Boko Haram nos últimos dois meses, na Diocese de Maiduguri, que engloba os Estados da Nigéria setentrional de Borno, Yobe e algumas áreas de Adamawa. Foi o que informou o Diretor de Comunicações Sociais da Diocese, Padre Gideon Obasogie.

Nos últimos dois meses 11 cidades da Diocese caíram nas mãos do Boko Haram. “Há 30 dias, as comunidades católicas de Gulak, Shuwa, Michika, Bazza e outras foram saqueadas por cruéis ataques dos terroristas do Boko Haram”, afirmou o Diretor de Comunicações Sociais. Segundo o Bispo local, Dom Oliver Dashe Doeme, a seita islâmica controla 25 cidades no norte da Nigéria.

Padre Gideon Obasogie conta ainda que as comunidades de Gwoza e Magadali estão sob o controle despótico e tirânico dos terroristas há 60 dias”. “Os nossos sacerdotes fazem parte dos contingente de deslocados e os cidadãos, que supõem-se deveriam celebrar a independência como nação livre, estão, pelo contrário, chorando os seus mortos e reduzidos ao estado de refugiados internos. Onde está, então, a liberdade?”, questiona o sacerdote.

O Diretor de Comunicações Sociais da Diocese descreve as terríveis condições sob as quais são obrigados a viver os refugiados, acolhidos nas casas de parentes e amigos (às vezes, 60-70 pessoas), ou em estruturas improvisadas em Maiduguri, Mubi, Yola, Uba, Gombe, Biu e Damaturu. O pensamento dos refugiados está voltados para aqueles que não conseguiram escapar, pessoas idosas ou doentes, mas também jovens. As mulheres são vítimas de violências sexuais enquanto se difundem as práticas de decapitar reféns, como aconteceu com um piloto militar capturado, após ejetar quando o avião foi atingido pelo fogo do Boko Haram em 11 de setembro.

Hoje, 7 de outubro, foi aberto em Niamey, capital de Níger, uma reunião de cúpula regional para lutar contra o Boko Haram, que está ameaçando também os países limítrofes, como demonstrado no norte da República dos Camarões, onde 7 pessoas foram mortas por integralistas nigerianos. (JE)








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