Santa Sé: "Atender anseios dos refugiados é prioridade moral"
Genebra (RV) - O arcebispo italiano Silvano Tomasi, representante permanente
da Santa Sé nas Nações Unidas, interveio durante os trabalhos da 65ª sessão do Comitê
Executivo do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Em síntese, Dom
Tomasi pediu a implementação de medidas internacionais para impedir o incremento do
número de pessoas refugiadas ou deslocadas no mundo.
“Atualmente, o número
de pessoas forçadas a cair nesta situação é o mais elevado desde a II Guerra Mundial”,
denunciou, lembrando que desde então, o fenômeno tem se tornado mais complexo devido
à intervenção de outros agentes, além dos Estados, nos conflitos, com um resultado
muitas vezes imprevisível.
Dom Silvano Tomasi lamentou que diante desta conjuntura
e apesar dos esforços da comunidade internacional, as nações têm cada vez menos possibilidade
de acolherem e oferecerem estruturas a refugiados e deslocados.
O diplomata
sugeriu passar de uma política de assistência para uma estratégia de prevenção, o
que implicaria uma mudança cultural onde a pessoa humana, com a sua inviolável dignidade
e os seus inalienáveis direitos, concentre todas as atenções e não sirva apenas como
um mero instrumento para as decisões econômicas e políticas.
Neste sentido,
o arcebispo ofereceu o apoio do Vaticano para o desenvolvimento de parcerias que permitam
ajudar a resolver este problema, tendo como base a solidariedade humana.
“Atender
aos anseios do número crescente de deslocados e daqueles que buscam refúgio é um imperativo
moral que deriva do fato de todos juntos formarmos uma só família humana”, concluiu
Dom Silvano Tomasi. (CM)