Papa: a formação do presbítero é permanente, um "diamante bruto" a lapidar
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na manhã desta sexta-feira,
no Vaticano, os participantes da Plenária da Congregação para o Clero.
Em seu
discurso, o Pontífice refletiu sobre três temas que correspondem à finalidade e às
atividades deste Dicastério: vocação, formação e evangelização.
Falando sobre
o primeiro tema, a vocação, o Papa afirmou que se trata de um “tesouro” que
Deus coloca no coração de alguns homens, escolhidos e chamados por Ele a segui-Lo.
Quem é chamado ao ministério não é “dono” de sua vocação, mas administrador de um
dom que Deus lhe confiou pelo bem de todos os homens. Mas também nós devemos fazer
a nossa parte, mediante a formação, que é a resposta da Igreja ao dom que Deus
lhe faz através das vocações.
A vocação, afirmou o Papa, é como um “diamante
bruto” a ser lapidado, para que brilhe em meio ao povo de Deus. A formação não é um
ato unilateral, com o qual se transmitem noções teológicas ou espirituais, mas é colocar-se
em caminho permanente na escola de Cristo. Este percurso nunca termina, pois seus
discípulos jamais deixam de seguir o Mestre.
“Às vezes somos ágeis, outras
vezes o nosso passo é incerto, ficamos parados e podemos inclusive cair, mas sempre
permanecendo em caminho. Portanto, a formação enquanto discipulato acompanha toda
a vida do ministro ordenado e diz respeito integralmente à sua pessoa, intelectualmente,
humanamente e espiritualmente”, recomendou o Pontífice
Este percurso de descoberta
e valorização da vocação tem uma finalidade precisa: a evangelização. Nessa
missão evangelizadora, os presbíteros são chamados a aprofundar sua consciência de
serem pastores, convidados a estarem em meio ao rebanho. Para o Papa, devem evitar
a tentação de se preocuparem com o consenso dos outros e com o próprio bem-estar,
e buscar trabalhar animados pela caridade pastoral, para o anúncio do Evangelho até
as periferias mais remotas.
“Trata-se de ‘ser’ padres, não se limitando a
‘agir’ como padres, livres de todo mundanismo espiritual”, advertiu por fim Francisco,
recordando que a oração, o diálogo com Deus, é o coração da vida sacerdotal.