Apresentado Sínodo para a Família, a ser aberto pelo Santo Padre no próximo Domingo
Cidade do Vaticano (RV) – “As famílias são essenciais para a Igreja e para
a sociedade. #prayforsynod”, diz o Tweet lançado pelo Papa Francisco nesta sexta-feira
na conta @pontifex, em vista deste terceiro Sínodo Extraordinário, a ser realizado
de 5 a 19 de outubro, e que será dedicado à Família.A Rádio Vaticano vai transmitir
a Missa de abertura do Sínodo, com comentários em português, a partir da 04h55min,
horário de Brasília.
Liberdade de expressão e respeito por cada posição deverá
caracterizar os trabalhos da Sala do Sínodo, afirmou nesta manhã o Secretário Geral
do Sínodo, Cardeal Lorenzo Baldisseri, durante um briefing realizado na Sala de Imprensa
da Santa Sé. Entre as novidades dos trabalhos, estará o testemunho de casais que abrirão
cada dia, os trabalhos na Sala, e uma Missa diária para a família, celebrada na Basílica
romana de Santa Maria Maior.
A Assembléia Extraordinária dos Bispos – a terceira
da história – será dedicada aos “desafios pastorais sobre a família no contexto da
evangelização” e apresentará algumas características peculiares. Antes de tudo, em
relação aos tempos. É a primeira vez que um Sínodo de realizará em duas etapas. De
fato, em 2014, será realizada somente a primeira parte de um percurso que se concluirá
em 2015, com um Sínodo Geral, sempre dedicado à família.
A metodologia de trabalho
é outra novidade. No “Relatório antes das discussões” que será lido na Sala Sinodal
na manhã de 6 de outubro pelo Relator Geral, Card. Peter Erdö, estarão presentes as
contribuições dos Padres Sinodais que enviaram antecipadamente seus textos à Secretaria
Geral do Sínodo.
Mas não somente, na primeira semana, o debate na Sala seguirá
a ordem temática do “Documento de trabalho” preparatório. Por exemplo, em 8 e 9 de
outubro, se concentrará nas situações pastorais difíceis e nos desafios que dizem
respeito à abertura das famílias à vida.
Ulterior elemento inovador é o testemunho
diário de casais, com duração de cerca 4 minutos. Entre eles, também a experiência
de um matrimônio misto entre um muçulmano e uma católica. O ‘Relatório após a discussão’,
um balanço parcial, está programado para a manhã de 13 de outubro. Após este, os trabalhos
se desenvolverão a portas fechadas nos Círculos menores, que elaborarão os documentos
finais.
Dois documentos, em particular, são aguardados com expectativa: a publicação
da mensagem conclusiva, no sábado 18 de outubro, e o novo “Relatório do Sínodo” que
substitui as clássicas “Proposições finais”, apresentadas diretamente ao Papa, e que
será tornado público posteriormente.
O documento, após, coadjuvado por um pequeno
questionário, constituirá a base do “Documento de trabalho” do Sínodo de 2015. Um
sinal – explica o Cardeal Baldisseri - da vontade do Papa de “consultar todo o povo
de Deus”. Não obstante as inovações, permanece inalterado o horário das discussões
cotidianas entre os Padres Sinodais, a ser realizado entre as 18 e as 19 horas. Tudo,
naturalmente, em um clima de respeito entre os 253 representantes da Assembléia, como
sublinhado pelo Cardeal Baldisseri:
“Ampla liberdade de expressão caracterizará
a Sessão Sinodal, que certamente se desenvolverá em um clima de respeito por cada
posição, de caridade mútua e com um autêntico sentido construtivo. (...) De fato,
é importante expressar-se claramente e com coragem. No clima de um debate sereno e
leal, os participantes serão chamados a não fazer prevalecer seus próprios pontos
de vista como exclusivos, mas de procurar juntos a verdade”.
O Papa
Francisco presidirá, quer a Missa de abertura do Sínodo, no domingo, 5 de outubro,
às 10 horas, na Basílica Vaticana, quer a celebração conclusiva, no domingo, 19 de
outubro, às 9h30min, na Praça São Pedro, uma Missa particularmente significativa,
que coincidirá com a beatificação de Paulo VI, o Pontífice que em 1965 instituiu a
Assembléia Sinodal. O Papa Francisco guiará também, a cada dia, a oração inicial das
Congregações. É esperado um pronunciamento do Pontífice no início e no final dos trabalhos.
Outrossim,
todos os fiéis são convidados a acompanhar os trabalhos sinodais com a oração cotidiana
em todas as partes do mundo. Em Roma, diariamente às 18 horas, um Padre Sinodal presidirá
uma Missa pela família na Basílica de Santa Maria Maior:
“Significativa
será a presença das relíquias dos Beatos cônjuges Zélie e Louis Martin e da sua filha
Santa Teresa do Menino Jesus, e do casal de Beatos Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi”.
Nova
também a “máquina de informação” deste Sínodo, que terá um briefing diário sobre o
andamento dos trabalhos, na Sala de Imprensa da Santa Sé, em diversas línguas, com
a publicação da lista dos Padres Sinodais que se pronunciaram em cada dia e o início
de um serviço Twitter com o l’hashtag #Synod14. Outra novidade é o canal acessível
através do site da Sala de Imprensa que recolherá todas as contribuições relativas
ao Sínodo: documentos oficiais, entrevistas áudio e vídeo com os Padres Sinodais,
em diversas línguas. Será também publicado um boletim cotidiano com a síntese dos
pronunciamentos da Sala Sinodal:
“O resumo que será feito reporta exatamente
aquilo que foi pronunciado. O esforço que nós devemos fazer é este: dar liberdade
aos padres, para que possam expressar-se”.
Interpelado por jornalistas
sobre a questão do Sacramento da Eucaristia aos divorciados recasados, o Cardeal Baldisseri
sublinhou:
“Eu acredito que a liberdade que o Santo Padre tem dado sobre
este tema, de poder discutir amplamente, é suficiente para poder dizer o que as pessoas
esperam e também que aquilo que o Sínodo decide é mais urgente ver todo o conjunto
de maneira global. O ‘Instrumentum Laboris’ trata de muitos temas: não devemos nem
mesmo monopolizar o tema no campo ocidental. O destaque por parte da Igreja, é o de
mostrar que o matrimônio é possível para toda a vida e que a família é constituída
por um homem e uma mulher e filhos. Uma beleza que devemos bem apresentar ao mundo.
E devemos levar em consideração todos estes problemas. A Igreja deve inclinar-se diante
destas problemáticas, inclinar-se com misericórdia”.
Por fim, o Cardeal
Baldisseri convida os purpurados a olhar o Sínodo “em uma perspectiva global”. (JE)