Cidade do Vaticano (RV) - Após bombardeios, escola do Patriarcado de Jerusalém
dos Latinos é restaurada. Gaza está de volta às aulas.
Lousas perfuradas por
balas, paredes com sinais de destruição, cadeiras vazias dos companheiros que se foram.
Assim tem sido o retorno às aulas dos 240 mil estudantes na Faixa de Gaza. É nesse
cenário que começa o ano escolar em algumas das 252 escolas administradas pela agência
da ONU para refugiados (ACNUR) na região.
Situação de extrema dificuldade que
a Instituição da Sagrada Família, que foi alvo do atentado no conflito Israel-Palestina
no mês de julho, conseguiu superar graças ao apoio de generosos benfeitores.
Por
ocasião do reinício das aulas, o Padre Imad Twal, diretor-geral do Patriarcado Latino,
emitiu um comunicado no qual descreve o trabalho realizado e agradece a todos que
apoiaram e ajudaram os cristãos em Gaza.
“Em nome do Patriarcado de Jerusalém
dos Latinos, do pároco de Gaza e de todos os nossos funcionários e alunos da escola
da Sagrada Família em Gaza - declara - eu gostaria de expressar minha gratidão por
sua pronta assistência e caridade que permitiu aos nossos alunos na Faixa de Gaza
voltarem à escola”.
“A educação - diz - é um direito de todos e tornou-se
inacessível para os nossos alunos, porque o Instituto ofereceu abrigo para muitas
famílias deslocadas. As salas de aula, consequentemente, estão um desastre: os escritórios
danificados, as cortinas rasgadas e sujas, os banheiros completamente inviáveis e
os reservatórios de água parcialmente destruídos. Nessas condições - por favor, notem
– tornou-se impossível acomodar os alunos no início do novo ano escolar”.
Ele
salienta: “Com o seu apoio, o pessoal do Patriarcado Latino trabalhou duro para fornecer
trezentas novas mesas e cortinas. Além disso, os banheiros da escola foram reparados
e reequipados. Novos tanques de água e um novo medidor elétrico também foram inseridos,
ao mesmo tempo que foi reparado o gerador elétrico que havia sido danificado”.
O
desejo de recuperação une os esforços daqueles que estão empenhados em ajudar, especialmente
os mais jovens, a superar o choque dos bombardeios. “Após os traumáticos 50 dias de
conflito brutal, morte, destruição e deslocamento maciço, estamos determinados a
dar às crianças uma nova esperança e melhores perspectivas, reabrindo as escolas o
mais rápido possível”, disse em comunicado divulgado pelo Comissário-Geral da UNRWA
(Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente).
Mais
de noventa escolas em Gaza foram usadas como abrigo para as muitas pessoas deslocadas
em decorrência dos bombardeios contra a população civil da Faixa de Gaza. E a equipe
da UNRWA nas últimas semanas tem continuado a trabalhar dia e noite para se preparar
para o retorno dos alunos à escola. Um compromisso difícil, porque ainda há poucos
dias atrás, cerca de trinta instituições estavam sendo utilizadas como abrigos. No
entanto, a agência da ONU quer garantir a segurança e a normalidade para as crianças
dentro das escolas. Com isso cerca de 7.800 professores estão sendo treinados para
ensinar as crianças em Gaza. (KSF)