Papa Francisco aos Bispos do Chade: “diálogo inter-religioso ajude a superar violências”
Na manhã desta quinta-feira, 02, o Papa teve uma agenda repleta de empenhos. Por volta
das 10h, recebeu no Vaticano um pequeno grupo de bispos do Chade, que estão a realizar
a quinquenal visita "ad limina apostolorum".
Agradecendo a visita e a obra
de evangelização que desempenham no país, o Papa entregou aos bispos um discurso escrito
em que ressalta a qualidade deste serviço nos campos da educação, saúde e desenvolvimento
dos chadianos.
“O serviço aos pobres e mais carentes é um testemunho concreto
de Cristo, que se fez pobre para se aproximar de nós e nos salvar”, diz o Papa
Francisco, relevando e agradecendo também o compromisso dos leigos nesta missão. O
Papa faz, no entanto, uma ressalva:
“A acção evangelizadora não deve se
esgotar exclusivamente no engajamento em obras sociais: aprofundar e fortalecer a
fé no coração dos fiéis é essencial para que sejam capazes de resistir às provações
e para que o seu comportamento seja sintonizado com o Evangelho, em caminho para a
verdadeira santidade. “É bem que os fiéis sejam solidamente formados doutrinal e espiritualmente”,
frisou o Papa, lembrando a catequese e, consequentemente, a formação dos catequistas.
Tocando a questão da família, o Pontífice recomendou aos bispos daquele País
da África Central que lhe dediquem atenção, oferecendo orientação, ensinamentos e
protecção. “Dentro da família, é importante que o papel e a dignidade da mulher
sejam valorizados e, por conseguinte, o “comportamento dentro da Igreja deve ser um
modelo para toda a sociedade”.
O Papa abordou ainda o tema da formação
do clero: “Visitem os seminários, aproximem-se dos professores e seminaristas,
conheçam as lacunas e as riquezas da formação para remediar as primeiras e reforçar
as últimas". O Papa pediu também que suscitem uma fraternidade sacerdotal mais
‘sincera e entusiasta’.
Enfim, visto o contexto de maioria muçulmana do país,
o Papa Francisco exortou o Episcopado católico a incrementar o diálogo inter-religioso,
promovendo a convivência harmoniosa das diferentes comunidades. “Iniciativas como
esta desencorajam a violência contra os cristãos, que infelizmente se verifica nos
países vizinhos”, finaliza. (CM/BS)